Por Viviane Freitas | 27 abril, 2022 - 11:08
A música é uma linguagem universal capaz de estimular o desenvolvimento intelectual e físico dos seres humanos, desde a infância. Ao reconhecer esse poder terapêutico da música e do ritmo, artistas fundaram o projeto Pingo da Melodia, que usa da chamada musicoterapia e musicalização a crianças com deficiência e outros diagnósticos físico-mentais.
A iniciativa, criada há um ano em Dourados (MS), traz atividades lúdicas, coloridas e transformadores para crianças de hospitais, clínicas e outros ambientes particulares.
Abordar as crianças, unindo nesse processo terapia e arte por meio da linguagem musical era um desejo antigo dos idealizadores Jaqueline Bonilha Waterkemper, graduada em Psicologia e musicoterapia, e Mailon Martins Salina, arte educador e musicoterapeuta.
Se no início, eles trabalhavam com apenas 1 criança, hoje, são cerca de 60. “Além disso, atendemos uma residência terapêutica para idosos. Nossa equipe cresceu e, nesse momento, somos quatro profissionais”.
Nesse meio-tempo, a musicoterapia orientada vem ajudando crianças e famílias a se expressarem e se compreenderem melhor.
“Um caso específico nos marcou muito, atendemos há cerca de um ano uma criança de 3 anos de idade, que possuía um repertório verbal limitado, emitia poucas palavras, e através do canto, estimulada pelas cantigas, seu repertório foi aumentando de forma gradativa”, disse Mailon.
Atualmente, nas sessões de musicoterapia ministradas, ela já canta frases de trechos musicais completos. “É uma enorme realização hoje ver que essa mesma criança desenvolveu um repertório amplo e hoje, nos acompanha, tanto verbalizando as letras das canções como tocando os instrumentos”, complementou.
Muito além da profissão e das teorias aprendidas em sala, ser testemunha ocular do desenvolvimento de cada criança é uma felicidade individual de Jaqueline e Mailon.
Para eles, a cada relato dos pais, nasce uma emoção que “transcende” a esfera das palavras. “Nosso mais profundo sentimento é ampliar esse projeto, para poder levar para mais crianças os benefícios da música e da arte. Agradecemos a Deus, às nossas famílias, aos profissionais de equipe terapêutica integrada das clínicas que atendemos, aos nossos amigos e a todas as famílias que acreditaram no poder transformador da música”, disse Jaqueline.
Por fim, eles destacam que diferentemente de outras terapias, na música a criança acaba se envolvendo de forma lúdica e intuitiva, de forma natural. É com esse cenário que os profissionais atuam, conduzindo as pequeninas calmamente para que as demandas terapêuticas sejam alcançadas.
“Um exemplo: crianças com paralisia cerebral, trabalhamos os estímulos motores; com comprometimento na fala, estimulamos a verbalização; com déficit de aprendizado, a atenção e concentração”, explicaram os musicoterapeutas.
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