Por Viviane Freitas | 7 outubro, 2021 - 9:56
Daniel de Granville passou a conviver com as belas e majestosas sucuris do bioma há 14 anos. Antes disso, ele era apenas um curioso e interessado observador. Hoje, até “fala” com as cobras e ajuda a quebrar preconceitos que cercam a reputação deste animal. Ele vive há mais de 20 anos nas regiões de Bonito e do Pantanal sul-mato-grossense.
Ele organiza pequenas expedições para fotógrafos profissionais e amadores que têm interesse em registrar a natureza da região. “Dentre os diversos temas para fotografar, as sucuris atraem muita atenção, pois na região de Bonito temos uma condição única no mundo. Em nenhuma outra parte do planeta é possível encontrá-las nadando em águas cristalinas como aqui.”, explica.
Com pós-graduação em jornalismo científico, o biólogo originário de Ribeirão Preto (SP), trabalha como fotógrafo da natureza. Ministra, dessa maneira, workshops de fotografia e atua como guia para públicos de interesses especiais. Ele já ganhou diversos prêmios com suas fantásticas imagens e gosta de conduzir expedições com objetivos peculiares, como fotografar onças no Pantanal, mergulhar com sucuris ou nadar com botos na Amazônia.
O interesse pelas cobras passou, portanto, a ser ofício somente em 2007. Na época, um cliente estrangeiro contactou Daniel para fazer registros fotográficos subaquáticos destas serpentes.
“É importante ressaltar que, apesar de ser biólogo, eu não possuo as licenças necessárias para realizar qualquer atividade científica com as sucuris, como captura, por exemplo. Então, nosso trabalho se resume apenas à observação e fotografia.”, afirma Daniel.
Organizar todos os detalhes das expedições e propiciar as melhores oportunidades para que os interessados consigam as imagens das sucuris com toda a segurança necessária — tanto para eles, quanto para os animais — é o principal trabalho que o biólogo desenvolve com a espécie.
Esse serviço faz com que Daniel conviva todo esse tempo com as cobras, bem de perto. “Na maior parte das vezes, eu nem faço registros fotográficos, pois minha prioridade sempre é zelar pelo bem-estar das sucuris e dos meus clientes. Somente quando sinto que está tudo correndo tranquilamente, consigo pegar a câmera e fazer algumas imagens”, pontua.
“Além destes registros eventuais, eu sempre anoto os dias, horários e locais onde ocorreram nossos encontros com as sucuris. Isto nos ajuda a ter uma estatística sobre as ocorrências, pois esta é uma informação que muitas pessoas querem saber antes de decidir se inscrever em nossas expedições”, revela.
Depois de quase dois anos longe dos répteis, devido à pandemia, Daniel voltou a buscar sucuris em julho deste ano na região de Bonito. “A temporada onde há mais chances de vê-las é relativamente curta, somente durante nosso inverno (de julho a setembro), então nossas expedições só ocorrem neste período.”
23 novembro, 2024
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