Por Viviane Freitas | 4 fevereiro, 2022 - 10:22
Ameaçado de extinção, o cachorro-vinagre foi flagrado ao lado de filhotinhos passeando em uma propriedade na região do Delta do Salobra, entre o Pantanal e a Serra da Bodoquena, em Mato Grosso do Sul.
Apesar da espécie ser nativa da América do Sul, as aparições do cachorro-vinagre são raras, ainda mais em imagens. O registro foi possível por meio da instalação de câmeras na região, ação feita pelo Onçafari, em parceria com o IDS (Instituto Delta do Salobra) e a Pousada Refúgio da Ilha.
“A aparição é rara em todas as áreas de distribuição dessa espécie, que é bem ampla, compreende a América do Sul, Amazônia, Pantanal, Cerrado. Porém, é sempre com uma densidade muito baixa, o que torna esse animal raro. Ele está na lista de ameaçados de extinção no Brasil e também globalmente”, explica o pesquisador da Embrapa Pantanal, Walfrido Moraes Tomas.
Cachorro-vinagre e o ecossistema
A presença dos animais, inclusive com filhotes, mostra o fortalecimento do ecossistema na região.
“O registro funciona sendo como um indicador de qualidade de ambiente, visto que na região se tem dois fatores importantes para que a espécie possa ocorrer, como presas naturais e mata preservada”, ressalta o biólogo Fabio Souza da Silva, do Onçafari, associação que atua na preservação de animais silvestres, principalmente onças-pintadas e lobos-guarás.
Desde 2020, Fábio e outro biólogo do Onçafari, João Bachur, monitoram a região. “No total são 27 câmeras espalhadas aqui na região. Nós fazemos esse monitoramento checando as câmeras mensalmente, identificando todas as espécies que as câmeras registram”, pontua.
Confira o vídeo:
Delta do Salobra
Localizado entre os municípios de Bodoquena e Miranda, o Delta do Salobra tem registrado a aparição de outros animais desde que as câmeras foram instaladas.
“O rio que compreende o Delta do Salobra nasce na Serra da Bodoquena e deságua no rio Miranda. Por isso que essa região é tão importante para a conservação, porque ela liga dois biomas o Cerrado da Serra da Bodoquena e o Pantanal. Formando um grande corredor ecológico, é uma área chave para todas as espécies dos dois biomas”, frisa Fábio.
Além do cachorro-vinagre e das onças, o local também registrou a presença de um gato-maracajá, da família da jaguatirica. “É muito raro a ocorrência aqui na região”, pontua o biólogo.
23 novembro, 2024
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