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Campo Grande apresenta o 2º maior aumento do país na cesta básica em setembro

Agora, a cesta básica custa R$ 711,09 na Cidade Morena, sendo a quinta mais cara do Brasil

Por Redação | 6 outubro, 2022 - 11:08

O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 1,83% em Campo Grande em setembro, sendo o segundo maior aumento entre as capitais pesquisadas pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Agora, a cesta básica custa R$ 711,09 na Cidade Morena, sendo a quinta mais cara do Brasil.

Segundo a pesquisa, o valor da cesta básica para uma família, composta por quatro pessoas está custando R$ 2.133,27 na capital sul-mato-grossense. Em 2022, o preço dos produtos subiu 10,87%, e o acumulado dos últimos 12 meses apresenta alta de 12,72%.

A batata (16,34%) registrou a variação positiva mais expressiva no nono mês do ano, encerrando um quadrimestre de quedas de preço. O tubérculo foi comercializado a R$ 4,13 na capital o quilo, em média.

Outros cinco alimentos registraram variações positivas: banana (12,66%) – com preço médio do quilo da fruta, um cálculo ponderado entre as variedades Nanica e Prata, a R$ 13,09 -, manteiga (5,44%), pão francês (3,07%), carne bovina (0,82%) e café em pó (0,05%).

Pelo segundo mês consecutivo, o leite de caixinha (-9,96%) registrou queda de preços. Com a retração mais expressiva, o preço médio de um litro de leite foi comercializado a R$ 6,41, valor próximo ao observado em junho (R$ 6,28).

Retrações também foram observadas nos preços de óleo de soja (-5,65%), feijão carioquinha (-4,01%) e tomate (-3,99%) – ambos com reduções sucessivas há cinco meses, açúcar cristal (-1,48%), farinha de trigo (-1,09%) e arroz agulhinha (-0,47%).

A jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica na capital em Setembro foi de 129 horas e 5  minutos.

O comprometimento do salário mínimo líquido , necessário para aquisição dos treze itens que compõe a cesta básica para uma pessoa adulta, chegou a 63,43% dessa renda.

BRASIL

Entre agosto e setembro, as reduções mais importantes ocorreram nas capitais do Norte e Nordeste: Aracaju (-3,87%), Recife (-3,03%), Salvador (-2,88%) e Belém (-1,95%). Os aumentos foram registrados em Belo Horizonte (1,88%), Campo Grande (1,83%), Natal (0,14%), São Paulo (0,13%) e Florianópolis (0,05%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 750,74), seguida por Florianópolis (R$ 746,55), Porto Alegre (R$ 743,94) e Rio de Janeiro (R$ 714,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 518,68), Salvador (R$ 560,31), João Pessoa (R$ 562,32) e Recife (R$ 580,01).

A comparação dos valores da cesta, entre setembro de 2022 e setembro de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 8,41%, em Vitória, e 18,51%, em Recife.

Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades pesquisadas pelo DIEESE, com destaque para as variações de Belém (11,78%), Campo Grande (10,87%), Brasília (10,56%), Goiânia (10,29%) e João Pessoa (10,08%).

Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.306,97, ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em agosto, o valor necessário era de R$ 6.298,91 e também correspondeu a 5,20 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.657,66 ou 5,14 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.

Cesta x salário mínimo

Em setembro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 118 horas e 14 minutos, menor do que o registrado em agosto, de 119 horas e 8 minutos. Em setembro de 2021, a jornada necessária era de 115 horas e 02 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em  setembro de 2022, 58,10% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, pouco menos do que em
agosto, quando precisou usar 58,54%. Em setembro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 56,53%.

Comportamento dos preços dos produtos da cesta

• O preço do óleo de soja diminuiu em todas as cidades, mesmo comportamento verificado em agosto. As quedas oscilaram entre -10,51%, em João Pessoa, e -0,86%, em Belo Horizonte. Em 12 meses, o valor do produto subiu em todas as capitais, com destaque para São Paulo (16,21%) e Florianópolis (15,25%). As cotações do grão caíram no Brasil e nos Estados Unidos. O maior volume de óleo de soja ofertado pela Argentina e a menor demanda interna pelo produto também propiciaram a queda nos preços.

• O valor do quilo do feijão carioquinha teve queda em todas as cidades onde o item é pesquisado (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo), com taxas que variaram entre -8,20%, em Recife, e -1,76%, em Brasília. Em 12 meses, todas as capitais registraram altas, com destaque para Goiânia (30,15%) e Salvador (27,22%). O preço do feijão tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, também foi menor entre agosto e setembro em todas as cidades (Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Vitória e no Rio de Janeiro). As quedas oscilaram entre -5,04%, em Florianópolis, e -0,75%, em Curitiba. Em 12 meses, os valores recuaram em todas as cidades, com destaque para Vitória (-17,06%). As altas cotações do feijão e a menor demanda reduziram o valor no varejo.

• O preço do leite integral diminuiu em 16 capitais, e a única alta, entre agosto e setembro, ocorreu em Recife (3,60%). As reduções oscilaram entre -16,39%, em Belo Horizonte, e -1,56%, em Belém. Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou altas entre 36,67%, em Campo Grande, e 74,77%, em Recife. O elevado patamar de preço do leite resultou em retração do consumo. Por outro lado, o menor volume de venda, o crescimento dos estoques e o  aumento das importações de laticínios culminaram em queda no varejo.

• O preço do açúcar diminuiu em 14 capitais, com destaque para os percentuais de Recife (-7,71%) e Brasília (-3,40%). A maior alta ocorreu em Belém (3,14%). Em 12 meses, o açúcar acumulou elevações em 16 capitais, com destaque para as variações de Belém (30,97%) e Salvador (23,01%). A maior oferta de cana e o aumento na moagem para produção de açúcar reduziram o preço no varejo.

• O preço do quilo da carne bovina de primeira diminuiu em 13 capitais, com destaque para as taxas de Aracaju (-6,27%), Salvador (-2,72%) e Rio de Janeiro (-2,37%). As altas mais expressivas foram registradas em Florianópolis (0,99%) e Campo Grande (0,82%). Em 12 meses, o preço médio da carne aumentou em 11 cidades. A maior variação ocorreu em Florianópolis (11,29%). Houve redução em outras seis capitais, com destaque para Aracaju (-2.75%). A exportação de carne bovina teve bom desempenho, em especial para a China. No entanto, a demanda interna permaneceu enfraquecida, devido ao menor poder de compra da população brasileira.

• Em setembro, o preço da batata aumentou em todas as cidades da região CentroSul, onde o tubérculo é pesquisado. A diminuição da oferta ocorreu devido às chuvas e à redução do ritmo da colheita em algumas regiões. As altas mais
expressivas foram registradas em Belo Horizonte (20,10%), Campo Grande (16,34%), Rio de Janeiro (16,02%) e Porto Alegre (11,91%). Em 12 meses, todas as cidades apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (39,77%) e Vitória (34,75%).

• Houve aumento no valor médio do quilo da manteiga em 14 das 17 capitais. As taxas variaram entre 0,19%, em Brasília, e 5,44%, em Campo Grande. As diminuições foram registradas em João Pessoa (-2,88%), Florianópolis (-1,38%) e Belém (-1,10%). Em 12 meses, os preços subiram em todas as cidades, com taxas de até 34,60% (Salvador). A menor oferta de leite no campo, nos meses anteriores, elevou o preço no varejo.

 

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