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Cesta básica fica mais barata em Campo Grande, mas segue a quinta mais alta do país

Valor do conjunto dos alimentos básicos teve queda em maio e fechou em R$ 724,09, segundo o DIEESE

Por João Paulo Ferreira | 6 junho, 2023 - 11:06

O valor do conjunto dos alimentos básicos teve queda em maio após um leve aumento em abril em Campo Grande. Na Capital Morena, o valor da cesta básica fechou o mês em R$ 724,09, e segue sendo o quinto maior do país, com uma queda de de 1,85% em relação a abril. As informações são do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

O valor dos produtos para uma família composta por quatro pessoas ficou em R$ 2.172,27. Em 2023, a queda é de  2,70%% em Campo Grande, enquanto a variação no últimos 12 meses ficou está em alta de 2,54%.

Depois da expressiva alta no mês anterior, a batata (14,12%) registrou a retração mais expressiva, sendo comercializada ao preço médio de R$ 4,50 o quilo. Em 12 meses, também se observou retração (24,62%), e preço médio de R$ 5,97 o quilo.

Sete alimentos acompanharam esta retração: Óleo de soja (8,58%), Tomate (8,13%), Banana (5,96%) que assim como a batata, acumula 5 meses consecutivos em queda, Feijão carioquinha (4,34%), Arroz (2,47%), Manteiga (1,03%) e Farinha de trigo (0,27).

Após quatro meses consecutivos com queda nos preços, a Carne bovina (1,85%) voltou a registrar alta a mais expressiva no país. Em Maio, o quilo da carne bovina foi comercializado, em média, com valor de R$ 38,75, um centavo a menos do que a média do período Janeiro a Maio (R$ 38,76). Na comparação com mesmo mês de 2022,
registrouse queda de (4,27%), pois o quilo da carne foi comercializado a R$ 40,48.

Acompanharam essa alta de preços o café em pó (1,82%) novamente em alta, após um quadrimestre em retração, o açúcar cristal (1,56%), o leite de caixinha (0,33%), e o pãozinho francês (0,06%). Até Maio, o açúcar acumula alta de 0,78%, o leite de 9,08% e o pão de 0,63%.

A jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica na capital foi de 120 horas e 41 minutos.

O comprometimento do salário mínimo líquido4 para aquisição de uma cesta chegou a 59,30%, lembrando que nesse mês, houve aumento do salário mínimo.

BRASIL

Entre abril e maio, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 11 das 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos. As quedas mais importantes ocorreram em Brasília (1,90%) e Campo Grande (1,85%). As altas foram observadas em Salvador (1,42%), Curitiba (1,41%) e Belém (1,37%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 791,82), seguida de Porto Alegre (R$ 781,56), Florianópolis (R$ 765,13) e do Rio de Janeiro (R$ 749,76). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição dacesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 553,76), João Pessoa (R$ 580,95) e Recife (R$ 587,13).

A comparação dos valores da cesta, entre maio de 2022 e maio de 2023, mostrou que 14 capitais tiveram aumento de preço, com variações que oscilaram entre 0,98%, em Aracaju, e 7,03%, em Fortaleza. Outras três cidades apresentaram queda: Recife (1,47%), Curitiba (1,38%) e Florianópolis (0,90%).

Nos cinco primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em 11 capitais, com destaque para as taxas de Aracaju (6,28%), Belém (4,75%) e Salvador (4,14%). As quedas variaram entre 4,24%, em Belo Horizonte, e 0,40%, no Rio de Janeiro.

Com base na cesta mais cara, que, em maio, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em maio de 2023, o saláriomínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.652,09 ou 5,04 vezes o mínimo reajustado para R$ 1.320,00. Em abril, o valor necessário era de R$ 6.676,11 e correspondeu a 5,13 vezes o piso mínimo, que era de R$ 1.302,00. Em maio de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.535,40 ou 5,40 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00.

Cesta x salário mínimo
Com o aumento do salário mínimo de R$ 1.302,00 para R$ 1.320,00, em maio de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica diminuiu de 114 horas e 59 minutos, em abril, para 113 horas e 19 minutos, em maio. Na comparação com maio de 2022, a jornada média foi de 120 horas e 52 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verificase que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em maio de 2023, 55,68% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em abril, antes do reajuste do salário mínimo, o percentual da renda líquida comprometido foi de 56,51%. Em maio de 2022, o percentual era de 59,39%.
Comportamento dos preços dos produtos da cesta

O preço do óleo de soja baixou em todas as capitais. Os recuos variaram entre -14,30%, em Aracaju, e -2,42%, em Goiânia. Em 12 meses, o movimento foi de queda em todas as cidades, com destaque para as taxas de Belo Horizonte
(-39,90%), Campo Grande (-36,01%) e Rio de Janeiro (-35,74%). Houve redução do preço nacional e internacional da soja. A demanda enfraquecida no mercado interno influenciou a diminuição dos preços praticados no varejo.

Houve queda do preço médio do quilo da carne bovina de primeira em 14 cidades. As quedas ficaram entre -3,09%, em Natal, e -0,10%, no Rio de Janeiro. As elevações foram registradas em Campo Grande (1,84%), João Pessoa (1,47%) e Curitiba (1,35%). Em 12 meses, todas as cidades tiveram diminuição do valor médio, com destaque para São Paulo (-9,47%). A oferta interna de carne foi maior, mesmo com o aumento das exportações, mas a demanda continuou enfraquecida por causa dos altos preços praticados no varejo.
O preço do açúcar refinado continuou em alta em 14 das 17 capitais. As maiores elevações ocorreram em Aracaju (7,71%), Belo Horizonte (6,51%) e Brasília (4,89%). As taxas negativas foram observadas em Belém (-1,22%), Natal
(-0,47%) e Rio de Janeiro (-0,46%). Em 12 meses, houve queda em 14 capitais, com destaque para Natal (-7,96%), Recife (-7,40%) e Campo Grande (-6,70%). As altas foram observadas em Aracaju (2,20%) e Porto Alegre (0,44%). Em Belo Horizonte, o preço não variou. A menor oferta de açúcar, apesar de maio ser o primeiro mês de safra, se deu por causa das chuvas, que dificultaram o transporte da cana, e do alto preço praticado pelos produtores.

O preço do tomate aumentou em 14 das 17 capitais, entre abril e maio, com destaque para as taxas de Vitória (12,75%), Belo Horizonte (10,59%) e Belém (9,90%). As quedas mais expressivas foram registradas em Campo Grande (8,13%) e João Pessoa (5,27%). Em 12 meses, o preço médio subiu em 10 cidades, com taxas entre 2,67%, em Goiânia, e 27,81%, no Rio de Janeiro. As retrações mais importantes ocorreram em Recife (34,78%) e Aracaju (13,48%). A oferta continuou menor e por isso os preços aumentaram no varejo.
O preço do leite integral apresentou alta em 14 capitais e a manteiga, em 10. No caso do leite, as maiores elevações mensais ocorreram em Belém (4,80%) e Fortaleza (3,77%). Para a manteiga, os destaques foram Salvador (2,87%),
Curitiba (2,58%) e Recife (2,53%). Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou aumentos em todas as cidades, com taxas entre 7,70%, em Vitória, e 24,19%, em Recife. O preço da manteiga também subiu em todas as cidades e as variações acumuladas oscilaram entre 1,33%, em Vitória, e 24,42%, em Belém. A entressafra do leite reduziu a oferta no campo e elevou o preço dos derivados.

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