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Em Mato Grosso do Sul, renda de trabalho da população 1% mais rica é 57,6 vezes maior que os 10% mais pobres

Na comparação com o valor médio recebido pelos 50% da população com os menores rendimentos (R$ 1.502,20), o valor recebido pelo 1% da população de MS com maiores rendimentos é 17,9 vezes superior

Por Redação | 10 junho, 2022 - 14:36

O rendimento médio mensal real do 1% da população com maiores rendimentos em Mato Grosso do Sul era de R$ 26.995,00, o que corresponde a 57,6 vezes o rendimento dos 10% da população com os menores rendimentos (R$ 468,20), em 2021. Na comparação com o valor médio recebido pelos 50% da população com os menores rendimentos (R$ 1.502,20), o valor recebido pelo 1% da população de MS com maiores rendimentos é 17,9 vezes superior.

Em âmbito nacional, de 2020 para 2021, apesar do aumento da população ocupada, a massa do rendimento mensal real de todos os trabalhos caiu 3,1%, indo de R$ 223,6 bilhões para R$ 216,7 bi, no período.

Mato Grosso do sul tem o menor rendimento médio de todas as fontes desde 2016

De 2016 (R$ 2.464,00) a 2021 (R$ 2.398,00), o rendimento médio real de todas as fontes teve redução de 2,7% em Mato Grosso do Sul. Se compararmos ao rendimento médio registrado em 2019 (R$ 2.663,00), a redução é ainda maior (queda de 9,9%).

O percentual de pessoas com algum rendimento no estado, de qualquer tipo, na população do país também caiu: de 61% para 59,8%, retornando ao percentual de 2012, o menor da série. Houve redução em todas as regiões, principalmente no Norte. O Sul (64,8%) continua com a maior estimativa, como aconteceu em todos os anos da série histórica. As menores são nas regiões Norte (53,0%) e Nordeste (56,3%).

No Brasil, o rendimento médio mensal real de todas as fontes, em 2021, foi de R$ 2.265,00. Em 2021, o rendimento médio mensal real de todas as fontes se apresentou de maneira bastante distinta entre as Grandes Regiões do Brasil: a Região Sudeste registrou o maior valor (R$ 2 667), seguida pelas Regiões Centro-Oeste (R$ 2 565) e Sul (R$ 2 556), enquanto o menor foi verificado na Região Nordeste (R$ 1 497). De 2020 para 2021, a queda desse rendimento ocorreu principalmente nas Regiões Nordeste (10,9%) e Norte (7,0%).

Comparação entre valores nominais e valores deflacionados de 2015 e 2021

Abaixo, tem-se a evolução do rendimento entre os anos de 2015 e 2021:

Rendimento de trabalho cresce 2,7% em relação a 2012, mas abaixo do patamar de 2020

Em Mato Grosso do Sul, o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos (calculado para as pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência) apresentou o valor de R$ 2.547,00. Em relação a 2012, quando a estimativa era de R$ 2.479,00, o rendimento de todos trabalhos de 2021 representou crescimento real de 2,7%. Na contramão, quando comparamos a 2020, que apresentou rendimento de R$ 2.684,00, a estimativa de 2021 representa uma desaceleração de 5,1%.

No Brasil, o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos foi estimado em R$ 2.476,00, em 2021. Assim como observado no rendimento total (todas as fontes), as Regiões Nordeste (R$ 1 706) e Norte (R$ 1 862) registraram os menores valores para o rendimento habitual do trabalho, ao passo que as Regiões Sudeste (R$ 2 835), Centro-Oeste (R$ 2 725) e Sul (R$ 2 686), os maiores. Em relação ao ano de 2020, houve redução do rendimento habitual do trabalho em todas as Grandes Regiões, com destaque para a Região Nordeste, cuja queda foi de 9,9% no período.

Índice de Gini do rendimento médio mensal do trabalho chega a 0,459 em 2021

O índice de Gini é um indicador que mede distribuição, concentração e desigualdade econômica e varia de 0 (perfeita igualdade) até 1 (máxima concentração e desigualdade).

Em Mato Grosso do Sul, o índice foi o maior desde 2013 (de 0,456 para 0,459, em 2021). Apesar da pandemia de COVID-19 e a redução brusca de ocupação, sobretudo entre os trabalhadores informais, a desigualdade do rendimento do trabalho em 2021 foi maior que o registrado em 2020 (0,446).

No Brasil, o índice de Gini do rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos os trabalhos foi de 0,499 em 2021, praticamente o mesmo do ano anterior (0,500). As Regiões Sul (0,433) e CentroOeste (0,481) apresentaram os menores índices enquanto a Região Nordeste (0,521), o maior, mantendo-se como a Região com a distribuição de rendimentos do trabalho mais desigual.

Mato Grosso do Sul tem o oitavo menor índice de beneficiários do Bolsa Família

Em MS, 4,9% dos domicílios particulares permanentes recebiam, em 2021, dinheiro referente ao Programa Bolsa Família. Entre as UFs, o estado ocupa a 8ª posição. O maior índice nacional é encontrado no Piauí (25,8%). O menor, em Santa Catarina (1,9%).

O rendimento médio mensal domiciliar per capita dos beneficiários do Programa Bolsa Família em Mato Grosso do Sul foi de R$ 483,00, em 2021. Esse valor representa uma redução de 10,7% em relação a 2012, ano em que o rendimento médio per capita dos beneficiários do programa era R$ 541,00. Além disso, também houve redução no rendimento médio mensal domiciliar per capita das famílias não beneficiárias do Bolsa Família em 2021 (R$ 1.503,00), que apresentou o menor valor da série desde 2012 (R$ 1.589,00). A redução é ainda maior quando comparamos a 2019 (R$ 1.822,00 – maior valor da série), uma queda de 17,5% quando comparamos ao registrado em 2021.

No Brasil, 8,6% dos domicílios particulares permanentes recebiam, em 2021, renda referente ao Programa Bolsa Família. Esta proporção foi de 16,6% em 2012. Como parte dos beneficiários do Programa Bolsa Família passou a receber o auxílio emergencial, entre 2019 e 2020 houve redução da proporção de domicílios que recebiam tal benefício (de 14,3% para 7,2%). Contudo, a diminuição do recebimento de outros programas sociais, em 2021, foi acompanhada pelo aumento da proporção de domicílios com algum beneficiário do Bolsa Família (8,6%).

Volta a crescer o número de pessoas ocupadas em MS

Em Mato Grosso do Sul, a pesquisa estima 1,25 milhão de pessoas ocupadas na semana de referência com rendimento. Na comparação com o ano de 2020, esse número representa um crescimento de 2,62%. Da população ocupada e com rendimento no estado, em 2021, 537 mil se declararam da cor branca (42,9%), 96 mil pretas (7,7%) e 602 mil pardas (48,1%). No quesito sexo, 729 mil eram homens e 524 mulheres, ou seja, 58,2% e 41,8% respectivamente. Em relação à idade tivemos a seguinte configuração:

Por nível de instrução, tivemos em MS que 19 mil pessoas (1,5%) não tinham instrução, 284 mil (22,7%) ensino fundamental incompleto ou equivalente, 110 mil (8,7%) ensino fundamental completo ou equivalente, 95 mil (7,6%) ensino médio incompleto ou equivalente, 361 mil (28,8%) ensino completo ou equivalente, 97 mil (7,8%) ensino superior incompleto ou equivalente e 286 mil (22,9%) superior completo.

Em termos de região geográfica, do total de cerca 1.25milhao de pessoas com 14 anos ou mais que tinham rendimento em 2021, 419 mil (33,4%) moravam na capital e 834 mil (66,6%) residiam em outras regiões do estado. Considerando pessoas de 14 anos ou mais que declararam ter rendimento e serem responsáveis pelo domicílio, Mato Grosso do Sul apresentou um total de 619 mil (49,4%).

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