Por João Paulo Ferreira | 20 maio, 2020 - 13:06
Bastaram 30 dias para que a receita obtida com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul conseguisse reverter o resultado negativo registrado no período de janeiro a março deste ano devido à pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19) e voltasse a registrar aumento nas vendas externas de janeiro a abril deste ano, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems.
Se de janeiro a março de 2020 teve queda de 5,2% na comparação com o mesmo período de 2019, de janeiro a abril deste ano as exportações industriais do Estado registraram alta de 5%, saindo de US$ 1,116 bilhão nos primeiros quatro meses de 2019 para US$ 1,172 bilhão no mesmo período deste ano. Na comparação do mês de abril deste ano com abril de 2019, o crescimento foi ainda maior: 44,5%, aumentando de US$ 211,51 milhões para US$ 305,73 milhões.
Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, esse foi o melhor resultado para o acumulado de janeiro a abril da série histórica das exportações de produtos industriais de Mato Grosso do Sul. “Quanto à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 53% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, enquanto no acumulado do ano a participação está em 68%”, acrescentou.
Recuperação
O economista explica que a redução da receita de exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul registrada em março foi resultado da adoção de medidas de restrição à circulação e à concentração de pessoas adotadas pela China por conta da Covid-19, ocasionando uma forte redução do nível de atividade econômica do país asiático.
“Portanto, na medida em que as restrições foram diminuindo e a atividade começou a ser retomada, obviamente esse quadro começou a se reverter positivamente, com as vendas do Estado para a China se recuperando e voltando a crescer”, analisou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.
Os grupos “Celulose e Papel” e “Complexo Frigorífico” continuam sendo responsáveis por 79% da receita de exportações do setor industrial, sendo 51% para o primeiro grupo e 28% para o segundo grupo, enquanto logo em seguida vem o grupo “Óleos Vegetais” e “Extrativo Mineral”, com 10% e 4%, respectivamente.
Principais grupos
No caso do grupo “Celulose e Papel”, a receita no período avaliado alcançou US$ 600,36 milhões, uma queda de 9% em relação ao período de janeiro a abril de 2019, que foram obtidos quase que na totalidade com a venda da celulose (US$ 658,73 milhões). O principal produto desse grupo foi a celulose, que responde por 98% da receita, ou seja, US$ 588,55 milhões, tendo como destino China, com US$ 355,39 milhões, Estados Unidos, com US$ 63,23 milhões, Itália, com US$ 38,80 milhões, e Coreia do Sul, com US$ 34,28 milhões.
Já no grupo “Complexo Frigorífico” a receita conseguida de janeiro a abril foi de US$ 324,23 milhões, um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2019, sendo que 42% do total alcançado é oriundo das carnes desossadas congeladas de bovino, que totalizaram US$ 135,43 milhões. Os principais compradores foram Hong Kong, com US$ 53,26 milhões, China, com US$ 42,41 milhões, e Chile, com US$ 41,63 milhões.
No grupo “Óleos Vegetais”, a receita conseguida de janeiro a abril foi de US$ 118,47 milhões, um aumento de 116% em relação ao mesmo período de 2019, sendo que 63% é oriundo dos bagaços e resíduos sólidos da extração do óleo de soja, somando US$ 74,18 milhões. Os principais compradores foram a Holanda, com US$ 29,74 milhões, a Indonésia, com US$ 26,75 milhões, e a Tailândia, com US$ 19,98 milhões.
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