Por João Paulo Ferreira | 11 agosto, 2024 - 10:28
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em Campo Grande registrou uma alta de 0,29% em julho de 2024, uma aceleração de 0,17 ponto percentual em relação ao mês anterior, que teve variação de 0,12%. No acumulado do ano, a inflação atinge 2,60%, enquanto nos últimos 12 meses chega a 4,57%, superando os 4,15% observados nos 12 meses anteriores. No cenário nacional, o IPCA foi de 0,38% no mesmo mês, acumulando 2,87% no ano e 4,50% nos últimos 12 meses.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis apresentaram alta em julho em Campo Grande. O grupo Transportes foi o que mais impactou o índice geral, com uma alta de 1,29%, contribuindo com 0,28 ponto percentual para o IPCA do mês. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos combustíveis, com a gasolina subindo 3,28% e o etanol, 4,52%. Somados, esses subitens geraram um impacto de 0,24 ponto percentual no índice geral. Além disso, as passagens aéreas registraram um aumento expressivo de 23,38%, o que acrescentou 0,04 ponto percentual ao IPCA.
O grupo Habitação apresentou alta de 1,18%, com impacto de 0,18 ponto percentual no índice. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que subiu 1,81%, influenciada pela vigência da bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$1,885 a cada 100 kWh consumidos. Outros subitens que contribuíram para essa alta foram o gás de botijão (2,67%), a água sanitária (2,13%) e o saco para lixo (1,92%). Em contrapartida, houve quedas nos preços de detergente (-2,81%), material hidráulico (-1,22%) e sabão em barra (-0,30%).
O grupo Alimentação e Bebidas foi o que mais puxou o índice para baixo, com uma queda de -1,32% e impacto de -0,29 ponto percentual no IPCA de julho. Dentro deste grupo, a alimentação no domicílio caiu 1,59%, após ter subido 0,47% em junho. Os principais destaques de queda foram o tomate (-32,76%), a cenoura (-27,43%), o mamão (-27,91%), a batata inglesa (-12,54%), a cebola (-9,46%) e o macarrão (-3,51%).
Apesar das quedas, alguns itens apresentaram altas, como a banana-maçã (14,92%), a banana-d’água (10,67%), a laranja-pera (9,67%), o alho (4,17%), o frango inteiro (3,55%) e o café moído (3,29%). Já a alimentação fora do domicílio registrou queda de -0,57%, uma reversão em relação ao mês anterior, que havia subido 0,09%. Contribuíram para essa queda os subitens cerveja (-2,18%), lanche (-0,69%) e refeição (-0,32%).
Vestuário: O grupo Vestuário teve alta de 1,11%, com impacto de 0,06 ponto percentual no IPCA de julho. O aumento foi puxado principalmente pelo subgrupo de roupas (1,14%) e joias e bijuterias (2,71%). Dentre os subitens, os maiores destaques foram joias (2,71%), calça comprida masculina (2,22%) e vestido feminino (2,35%). Em contrapartida, os itens que registraram queda foram bermuda/short infantil (-2,38%) e sapato feminino (-2,33%).
Artigos de residência: Esse grupo registrou uma variação positiva de 0,57% em julho, contribuindo com 0,03 ponto percentual para o índice geral. As maiores altas foram observadas nos preços de conserto de bicicleta (2,18%), computador pessoal (1,95%) e móvel para quarto (1,89%). Por outro lado, os subitens móvel para sala (-2,33%) e artigos de iluminação (-1,71%) apresentaram as maiores quedas.
Saúde e cuidados pessoais: Após onze meses consecutivos de alta, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve uma leve queda de -0,01%. Essa variação foi influenciada pela redução nos preços de medicamentos como psicotrópico e anorexígeno (-2,64%) e hipotensor e hipocolesterolêmico (-2,45%), além da hospitalização e cirurgia (-2,17%). No lado das altas, destacaram-se produtos para a pele (1,52%), desodorante (1,50%) e exame de laboratório (1,07%).
Despesas pessoais: O grupo Despesas Pessoais subiu 0,49%, com impacto de 0,05 ponto percentual no índice geral. Os destaques foram os subitens ligados à recreação, como pacote turístico (2,26%) e cinema, teatro e concertos (1,64%). No entanto, a alta mais significativa veio dos serviços bancários, que com seu peso maior, influenciou de forma importante o resultado do grupo. Por outro lado, houve quedas nos serviços de higiene para animais (-2,04%), brinquedos (-1,46%) e tratamento de animais (clínica) (-0,87%).
Educação: Em julho, o grupo Educação registrou uma leve alta de 0,02%, com as maiores variações vindo da autoescola (2,37%) e do livro não didático (0,68%). Entretanto, houve quedas nos preços de livro didático (-0,86%), artigos de papelaria (-0,51%) e caderno (-0,01%).
Comunicação: O grupo Comunicação apresentou uma variação negativa de -0,21%, influenciada principalmente pela queda nos preços dos aparelhos telefônicos (-1,75%). Em contraste, os serviços de streaming registraram uma alta de 0,91%, representando a maior variação positiva dentro do grupo.
A inflação em Campo Grande continua a ser influenciada por fatores como o aumento nos preços dos combustíveis, energia elétrica e passagens aéreas, enquanto alimentos e bebidas ajudam a moderar o índice geral. No acumulado do ano, a inflação se mantém em 2,60%, e nos últimos 12 meses, em 4,57%.
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