Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) revelou que, de acordo com a amostra da população de Campo Grande com mais de 16 anos, mais da metade dos entrevistados começará o ano de 2024 enfrentando alguma forma de endividamento financeiro.
Os dados do IPR, conduzidos a pedido do Correio do Estado, indicam que 63,68% dos moradores da capital do Mato Grosso do Sul iniciarão o novo ano já endividados. Em contrapartida, 36,32% dos entrevistados começarão 2024 sem dívidas, segundo a pesquisa.
O diretor do IPR, Aruaque Fressato Barbosa, destaca que esse alto índice de endividamento é um alerta para os políticos, especialmente em um ano eleitoral como 2024, onde questões econômicas também devem figurar nos debates.
A pesquisa, realizada entre os dias 15 e 18 de dezembro, com uma amostra de 402 pessoas, revela que 77,36% dos entrevistados estão cientes do programa Desenrola, uma iniciativa do governo federal para renegociação de dívidas. No entanto, a maioria (66,88%) dos entrevistados não utilizou o programa, e 19,61% mostraram-se indiferentes a ele.
A pesquisa aponta que 5,47% dos entrevistados consideraram o programa bom, resolvendo parcialmente seus problemas, enquanto 3,54% o classificaram como muito bom, solucionando todas as questões. Por outro lado, 4,50% dos entrevistados acharam o programa ruim, pois não resolveu seus problemas.
A alta taxa de pessoas que sabiam do programa Desenrola, mas não o utilizaram, indica um possível problema de comunicação. O governo federal apresentou um balanço do programa em Campo Grande no início deste mês, destacando que o valor total das dívidas elegíveis para as condições do programa atingiu R$ 49,1 milhões.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC revela que, em novembro, o índice de famílias endividadas em Campo Grande aumentou para 61,2%, em comparação com os 60,3% de outubro. Esse aumento é atribuído ao Dia das Crianças e à Black Friday, onde os parcelamentos correspondem a uma parte significativa das compras, segundo a economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MS), Regiane Dedé de Oliveira.