Por João Paulo Ferreira | 6 abril, 2023 - 15:56
Nesta quinta-feira (6) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou novamente a política monetária adotada pelo Banco Central, em especial o patamar da Selic. “Se a meta está errada, muda-se a meta. O que não é compreensível, é imaginar que um empresário vai tomar dinheiro emprestado a essa taxa de juros”, afirmou. Em encontro com jornalistas no Palácio do Planalto, ele ainda afirmou que pretende discutir a revisão da meta inflacionária, assim que retornar da viagem à China. “Se não pode cumprir, é melhor mudar”, alegou. Segundo o presidente, os altos juros praticados no país são “incompreensíveis, porque não tem uma inflação de demanda”. “É humanamente inexplicável a taxa de juros de 13%, juro real de 8,5%. Não é possível a economia funcionar, e não é o Lula que está dizendo isso. Qualquer empresário que vocês entrevistarem daqui para frente vai dizer”, complementou.
Lula ponderou que o governo não deseja brincar com a economia, mas lamentou que, nos mandatos anteriores, tinha mais liberdade para debater as políticas de juros e inflação com o Banco Central. “Se você tem alguém que estabelece uma meta que não vai cumprir, é que nem você estabelecer uma meta para a sua vida que você saber que não vai cumprir. Então não estabeleça meta que você estará mentindo para você mesmo. Eu disse que não ia discutir meta porque esse é um problema da autonomia do Banco Central e do Senado, que aprovou a autonomia do Banco Central. Eu já tive o prazer de durante 8 anos discutir meta, inflação, política monetária. Quando eu tinha relação com o presidente do Banco Central. Ele exerça a sua autonomia”, declarou. Ele informou que irá alterar a direção do Banco Central de acordo com os interesses do governo e que não pretende continuar brigando com o atual presidente, Roberto Campos Neto. “Eu ouvi uma frase esses dias, que não sei se foi dita pelo presidente do BC, de que para atingir a meta de 3% precisaria ter juros de 20%. Ora, eu não sei se foi verdade que ele disse isso. Mas é, no mínimo, uma coisa não razoável de ser dita”, criticou.
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