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Mesmo com pandemia, MS registra 11% de crescimento nas exportações

Estudo do Sindifiscal/MS aponta agronegócio e minério de ferro como principais agentes de fortalecimento do setor

Por Redação | 10 dezembro, 2021 - 14:45

A pandemia de Covid-19 impactou negativamente vários segmentos, principalmente a economia de modo geral, tanto no cenário nacional, quanto mundial. Entretanto, Mato Grosso do Sul, registrou bons índices em diversos setores produtivos em 2020, mantendo saldo positivo da balança comercial, como aponta estudo elaborado pela equipe técnica do Observatório Econômico do Sindicato dos Fiscais Tributários Estaduais de Mato Grosso do Sul – Sindifiscal/MS.

Conforme a análise, mesmo com a pandemia, no último ano, o Estado registrou aumento de 11% na exportação em relação a 2019, fechando o ano com receita de US$ 5,8 bilhões a partir da exportação de bens sul-mato-grossenses. Em importação, o estado faturou US$ 1,9 bilhão, com superávit comercial de US$ 3,9 bilhões, que representou crescimento de 38% em relação a 2019.

Já referente a 2021, até o mês de outubro, o aumento na exportação representou apenas 1% em relação a 2020, enquanto a importação teve aumento de 7,8%. Ainda assim, o saldo da balança comercial do Estado foi US$ 3,81 bilhões.

O agronegócio, um dos principais pilares econômicos do MS, figura como importante agente deste resultado. Até 2020, a exportação de soja estava em segundo lugar dentre os produtos exportados por Mato Grosso do Sul, atrás apenas do material de pastas químicas, que rendeu US$ 1,66 bilhão. “Nos últimos anos, a produção agro sul-mato-grossense vem crescendo rapidamente, refletindo nas exportações e não foi diferente durante o período da pandemia. Em 2019 foi comercializado internacionalmente US$ 1,15 bilhão em soja. Esse valor elevou-se a US$ 1,6 bilhão, crescendo 41% em 2020, chegando a faturar US$ 2,1 bilhões em 2021. Portanto, mesmo durante momentos mais críticos ocasionados pelos impactos da Covid-19, o setor cresceu 83% impulsionando a exportação do Estado, representando, hoje, 36% do que é faturado pelo MS”, detalha o diretor presidente do Sindifiscal/MS, Francisco Carlos de Assis.

Ainda segundo a análise do Observatório Econômico – Sindifiscal/MS, o bom desempenho das exportações pode estar relacionado à desvalorização do real em relação ao dólar, pois torna o produto brasileiro mais barato no mercado internacional. Entretanto, investimentos e ações internas colocaram Mato Grosso do Sul em posição de destaque. “As exportações do Estado foram impulsionadas também por estímulos competitivos, estratégias de exportações favoráveis, tais como como a hidrovia em Porto Murtinho, além de maior disponibilidade de crédito, como por exemplo o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, o FCO. Portanto, a crescente exportação do MS nos últimos anos justifica os expressivos valores do saldo da balança comercial do Estado”, avalia Assis.

Balança Comercial Brasileira – Outro destaque apontado pelo estudo é o saldo da Balança Comercial brasileira, que cresceu 66% no período de pandemia, com superávit atual de US$ 58,5 bilhões.

Mesmo que 2020 tenha o maior crescimento registrado, com 43% em relação a 2019, o registro de crescimento das exportações até outubro de 2021 ser de 16% é relevante. Conforme o diretor do Observatório Econômico, Clauber Aguiar, o saldo da balança comercial de 2021 é o maior dos últimos anos, ultrapassando o superávit de 2017, que já havia apresentado considerável crescimento na exportação em relação a anos anteriores.

 “A China e os Estados Unidos apresentam forte relação comercial com nosso País, sendo ambos os principais destinos das exportações do Brasil, correspondendo, respectivamente, 33% e 11% de participação do total comercializado para outras nações. A China é o nosso principal comprador de minério de ferro e soja. Enquanto o terceiro mais relevante, a Argentina possui 4% de participação”, revela o diretor.

Em 2021, os produtos que mais se destacam na exportação são os minérios de ferro (US$ 39,7 bi); soja (US$ 35,9 bi); óleos brutos de petróleo (US$ 25,3 bi); açúcares (US$ 7,4 bi); e carnes bovinas (US$ 6,1 bi).

O minério de ferro é o bem com maior participação no saldo de exportação brasileira, representando 17% do total arrecadado até outubro. No entanto, até 2020, o minério de ferro era o segundo bem mais exportado pelo Brasil, atrás da soja, que dominava o mercado exportador nacional, chegando a render US$ 28,5 bilhões, enquanto o minério de ferro correspondia a US$ 25,7 bilhões.

Atualmente, mesmo com o crescimento na exportação de soja do País nos últimos anos, o bem que domina o mercado internacional brasileiro é o minério de ferro, apresentando crescimento de 39% até outubro de 2021, em relação ao total de 2020.

“No geral, o aumento na exportação, pode ser explicado pelo câmbio, pois o Real está desvalorizado em relação ao Dólar e, com isso, os números atuais de exportação se mostram mais promissores que em governos anteriores”, finaliza Assis.

Os dados desta matéria foram retirados das análises do Observatório Econômico. As informações constam no site www.sindifiscalms.org.br e podem ser consultadas diretamente no  link https://fatogeradorsindifiscalms.blogspot.com/

Observatório Econômico

O Observatório Econômico é uma estrutura pertencente ao Sindifiscal/MS. O principal objetivo é monitorar a economia do Estado de Mato Grosso do Sul. O projeto foi lançado em 2015 e produz pesquisas e elabora estudos técnicos com informações e propostas que possibilitem a atuação da entidade e municípios no cenário governamental. E assim, cumprir sua responsabilidade social, pensando soluções para o seu desenvolvimento.

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