Por João Paulo Ferreira | 27 março, 2020 - 9:20
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, posiciona-se a favor do retorno gradual das atividades do setor industrial em Mato Grosso do Sul que tiveram de ser interrompidas devido ao avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para aliviar um pouco o rombo na economia estadual. “Tenho conversado com os prefeitos das maiores cidades do Estado, com o governador Reinaldo Azambuja, com os presidentes de outras federações das indústrias do País e com outras lideranças empresariais e todos acreditam que as medidas emergenciais tomadas na semana passada contribuíram para segurar o avanço em larga escala da doença e, portanto, muitas já podem ser flexibilizadas, permitindo uma retomada das atividades econômicas”, analisou.
Ele lembra que a primeira fase foi a de analisar o novo coronavírus e o que ele poderia provocar no corpo humano, sendo que todo mundo queria saber o mal que essa doença poderia causar e as opiniões eram trocadas de forma muito rápida pelas mídias sociais. “A segunda fase foi a do pânico, com todo mundo apavorado e a solução encontrada foi a de que todos deveriam ficar em casa. Porém, as pessoas começaram a cair em si, pois como iriam comer, beber e sobreviver se tudo estava parado? Então surgiram os questionamentos, primeiro foi a possível falta de comida e então a indústria não poderia fechar, depois entenderam que o caminhoneiro também não poderia parar para poder transportar a comida até os supermercados e atacadistas. Dessa forma foram feitos ajustes para que os setores indispensáveis para a continuidade da economia não parassem e, dessa forma, superar essa crise”, analisou.
Agora, de acordo com Sérgio Longen, entramos na terceira fase, que é a de fazer os ajustes necessários para a retomada das atividades econômicas do Estado de forma gradual. “Já foi identificada hoje que alguns setores podem começar a flexibilizar suas atividades. Conversei com o prefeito Marquinhos Trad para avaliar com a Prefeitura de Campo Grande as ações tomadas por ele e ajustar algumas coisas relacionadas com a indústria. Também conversei com o secretário Jaime Verruck (Semagro) e, por meio do CMC (Comitê de Monitoramento da Crise), também analisamos alguns pontos para possibilitar essa retomada da produção”, relatou.
O líder empresarial lembra que é chegado o momento de flexibilizar as medidas já tomadas até porque as contas começam a chegar e os empresários terão de saldá-las. “Por isso, de agora em diante, se nada for feito, o prejuízo econômico será muito grande, teríamos um índice de desemprego enorme, gerando um problema social imenso. A equipe técnica do Ministério da Saúde já confirmou que os jovens têm uma pequena chance de um agravamento na saúde na eventualidade de contrair o Covid-19, diferentemente dos idosos, que podem ter sérias complicações. Então, por isso, as pessoas com mais de 60 anos devem continuar em isolamento social e as demais camadas da sociedade podem retomar suas atividades, desde que seja de forma gradual”, pontuou.
O presidente da Fiems rechaça as declarações de que os empresários não estariam preocupados com a saúde dos seus colaboradores. “Na conversa que tenho tido com os empresários, a grande preocupação é com a vida dos seus funcionários. Não existe mais aquela falácia de que a preocupação dos empresários é só com a produção, ignorando a saúde dos seus trabalhadores. Lógico que ainda há casos isolados de empresários que não estão seguindo os protocolos de segurança, mas, muitos deles fazem isso por desinformação, pois, na grande maioria, eles têm procurado construir ações dentro das recomendações do Ministério da Saúde, buscando preservar a saúde dos seus colaboradores”, garantiu.
Sérgio Longen acrescenta que o Sesi, por meio da área do SST (Saúde e Segurança do Trabalho), tem dado suporte para essas empresas, procurando atender todas as demandas nesse sentido. “Hoje, as indústrias do Estado estão muito organizadas na área de saúde e segurança do trabalho e isso graças à excelente atuação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Vivemos um momento muito delicado, mas as empresas estão preparadas, cuidando dos seus ambientes. Já não posso dizer o mesmo das casas das pessoas, pois há um grande problema da dengue em Mato Grosso do Sul. As pessoas não limpam suas casas, descuidando de vasos de plantes, pneus velhos e outros lixos domésticos. Então, levar esses cuidados para dentro das casas das pessoas é o grande desafio do momento”, finalizou.
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