Por Viviane Freitas | 18 junho, 2021 - 13:01
O anuncio, após formalização oficial, da chegada de uma grande fábrica no pequeno e pacato município de Ribas do Rio Pardo, região norte de Mato Grosso do Sul, já mexe com a cidade, a população e até com próprio Estado. O cidadão abre esperança de evolução e empregos para local, haverá e já há investimentos sendo feito, as administrações, municipal e estadual, prometem e começam a transformar, nos próximos meses, em um verdadeiro canteiro de obras. Bem como, principalmente a iniciativa privada, já começa a lançar recursos agora para avançar ainda mais no futuro próximo, em dois anos, quando se dará a concretização dos investimento de R$ 14,7 bilhões pela maior fábrica de celulose do mundo, a Suzano,, que se instalará no município, que fica só a 97 km de Campo Grande.
O prefeito João Alfredo já vislumbra ‘uma nova Ribas do Rio Pardo que nascerá’, além da vida privada terá com o governo estadual, a administração municipal e o setor privado um fortalecimento e irão expandir os pilares da saúde, da educação, da segurança pública e do transporte. “Será moderna, com pleno emprego, renda, condições dignas de habitação, saúde e educação. Haverá infraestrutura a médio e longo prazo. Após 2024, Ribas deve receber cerca de 5 a 7 mil novos habitantes, e em 10 anos o município terá 50 mil habitantes”, projeta o gestor.
Segundo o prefeito, já ganha o município de imediato, pois é necessário triplicar a capacidade de atendimento no hospital municipal. “Precisamos que o hospital tenha pelo menos mais 50 leitos e mais três unidades de saúde. Atualmente, Ribas do Rio Pardo conta com seis postos de saúde, sendo um no centro da cidade. O hospital municipal possui 25 leitos. A média de atendimento mensal é de 1.200 pacientes. Temos a previsão de expandir para 2,5 mil em seis meses”, pondera João Alfredo.
Já o titular da Secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, até a inauguração da fábrica da Suzano, prevista para janeiro de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) estadual terá um crescimento de 5,6%. “Com a estratificação da construção civil, máquina e equipamento, temos um valor adicional de R$ 5 bilhões. Teremos além do impacto econômico e logístico, mudanças significativas na comunidade. O investimento na parte ambiental já está resolvido. Já o impacto social, esperamos que até o fim das obras em 2024, Ribas do Rio Pardo tenha um crescimento da população em torno de 40%”, avalia Verruck ,
“O governador se comprometeu a ser parceiro em obras, como já de imediato a do hospital. Como a própria empresa Suzano, que já está avaliando como dar celeridade na ampliação do local, para atendimento imediato dos funcionários, que estarão no período de construção da fábrica”, completa o secretário.
A Fabrica
O Projeto Cerrado, da fabrica da Suzano, que foi planejada e já está em andamento em Ribas, terá a capacidade para produzir 2,3 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano. A previsão é de que até a unidade entrar em funcionamento o município receba mais de 10 mil trabalhadores na fase de obras. Depois de pronta, a indústria terá pelo menos três mil operários trabalhando.
Segundo a funcionária da Central Conveniência Mercearia, Dulcenete Alves, 36 anos, antes mesmo de as obras da fábrica começarem, já é possível notar o maior movimento na cidade e na procura pelos produtos do mercado. “Isso durante a pandemia está sendo um alívio para nós. E esperamos que com a geração de todos esses empregos as vendas só melhorem”, pondera.
Educação
O município possui apenas uma escola particular e duas estaduais. A Rede Municipal de Ensino é composta de dez colégios, sendo nove unidades urbanas e uma no Polo da Zona Rural, que está dividida em 15 extensões.
Conforme o titular da Semagro, Jaime Verruck, ao longo dos próximos três anos, o governo estadual vai revitalizar as escolas públicas e construir mais 54 salas de aula. Em relação à estrutura hospitalar, o secretário afirmou que será necessário expandir o hospital municipal.
Infraestrutura
Para o escoamento da produção de eucalipto, o governo de Mato Grosso do Sul vai investir em estradas. Serão executadas obras de recapeamento na MS-338, que liga Ribas do Rio Pardo a Camapuã. A previsão de conclusão dos trabalhos é até 31 de agosto de 2023.
“Nós também vamos fazer uma pavimentação de 2,6 quilômetros na área urbana, que vai da BR-262 até o núcleo industrial que vai abrigar os alojamentos”, adiantou o secretário Jaime Verruck.
Já na rodovia MS-340, com grande fluxo de escoamento de eucalipto, o governo estadual fará obras de drenagem e cascalhamento. “Além disso, nós vamos fazer uma ponte, necessária para o hexatrem”, ressaltou Verruk. De acordo com o titular da Semagro, a Suzano fará a construção de um viaduto para o hexatrem.
Ribas do Rio Pardo terá ainda uma sede do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul [CBMMS]. A instalação será uma parceria do município, estado e setor privado. “Nós acreditamos que no próximo mês já tenhamos uma base do Corpo de Bombeiros, tanto para a questão de combate a incêndios quanto para toda a segurança necessária para a fábrica”, afirmou Jaime.
Segurança Pública
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) já está fazendo a aquisição de novas viaturas da Polícia Militar. A previsão é de que os carros sejam entregues ainda neste ano. Ribas do Rio Pardo conta atualmente com 25 policiais ativos.
São necessários mais 100 profissionais, de acordo com o prefeito João Alfredo.
Crescimento e parcerias
O município tem, atualmente, 25 mil habitantes, de acordo com a estimativa de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Em 10 anos, a população pode chegar a 50 mil habitantes.
Em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Pasta está visitando pequenos empresários para orientar sobre as oportunidades de crescimento no município.
Segundo o prefeito João Alfredo, é necessário a construção de pelo menos três hotéis. “Faremos ainda a construção de 500 novas residências em curto prazo e 2 mil a médio e longo prazo”, diz.
“Teremos neste momento, uma pressão muito grande por habitação, na questão social e no emprego. A Fundação do Trabalho (Funtrab) também está ampliando sua base em Ribas para realizar o cadastramento de funcionários nesse período, então, realmente nós assumimos um compromisso de fazer um acompanhamento permanente dos impactos até que se faça a implementação da fábrica”, finaliza Verruck.
24 novembro, 2024
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