Por João Paulo Ferreira | 12 dezembro, 2022 - 9:08
Os grandes morros que margeiam o município de Corumbá guardam bem mais que beleza. Eles detêm alguns dos maiores depósitos de manganês e minério de ferro do Brasil. No caso do manganês, os municípios de Corumbá e Ladário têm a 1ª reserva do País em alto teor de minério (44 a 48% de Mn). Já no minério de ferro, a região possui o 3º maior depósito do Brasil, cuja exploração data da época da guerra do Paraguai, com as primeiras concessões de lavra expedidas em 1876. Estes minérios vêm sendo extraídos há várias décadas e são responsáveis por expressiva parcela das exportações do Estado.
Tanto que as riquezas minerais de Mato Grosso do Sul garantiram ao Estado e municípios o total de R$ 76.550.526,14 de janeiro a novembro de 2022, em Compensação Financeira da Exploração de Recursos Naturais (CFEM). A CFEM é um tipo de contraprestação paga pelo minerador à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios pelo aproveitamento econômico dos recursos minerais.
No ranking nacional, Mato Grosso do Sul está em 7º na arrecadação nacional da CFEM, posição alcançada em 2021, onde estávamos na 10º posição.
Mina de Urucum
Uma das mais importantes em ferro e manganês é a Mina de Urucum. Na segunda-feira (05) a diretoria do grupo J&F Investimentos, dentre os quais o presidente do grupo, Agnaldo Gomes Ramos Filho, que adquiriu as operações da Vale em Corumbá e Ladário levaram o governador do Estado Reinaldo Azambuja, o secretário de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro) Jaime Verruck, o Secretário Executivo da Cadeia Produtiva Mineral da Semagro, Eduardo Pereira, e os Prefeitos de Corumbá, Marcelo Yunes, e de Ladário, Iranil Soares para conhecer as minas. A mina de manganês, que tem mais de 200 km de galerias foi visitada em loco pela comitiva.
O investimento do grupo que já tem operações de celulose e carnes no Estado vai gerar até 600 novos empregos na região. Em 2023 produzirá 500 mil toneladas de manganês por ano, e 2.000 milhões de toneladas de ferro de alto teor/ano.
“Um ponto importante que a gente sempre gosta de destacar é que como a mineração às vezes está muito focada em Corumbá a população de Mato Grosso do Sul não percebe que nós também somos um estado minerador. Temos grandes reservas de minério, com destaque obviamente para questão do Ferro e Manganês. Então o Mato Grosso do Sul tem na sua base econômica também, toda atividade de mineração”, salientou o secretário.
O Governo de Mato Grosso do Sul estabeleceu uma linha de buscar investimentos na atração de inúmeros negócios. “Nós tínhamos a gigante da mineração nacional, que era a Vale, mas que não vinha investindo há tempos, por isso a vinda da J&F Mineração que adquiriu o Complexo Centro Oeste, que tem as Minas de Urucum e Santa Cruz, e outros ativos minerários em nome da MCR- Mineração Corumbaense Reunidas S.A, é importante porque sinalizou ao mercado a retomada da mina com novos investimentos e geração de empregos. Mato Grosso do Sul cresce porque tem ambiente de negócios favorável, e a atração de novos investimentos, aqui está se confirmando esta tendência”, diz o titular da Semagro.
Para o coordenador da área de Mineração Eduardo Pereira a retomada dos empreendimentos na área aponta que as ações do Governo na atração de investimentos têm sido assertivas. “Isso vai trazer a retomada também da economia nos municípios com geração de empregos e mais arrecadação da CFEM nestas localidades”, concluiu.
Raio X do setor
– Total: R$ 76.550.526,14
– Colocação no Brasil: 7º
– 1º: Ferro (R$ 61.089.982,59)
– 2º: Calcário Dolomítico (R$ 3.670.037,18)
– 3º: Calcário Calcitico (R$ 2.602.403,25)
– 1º: Corumbá (R$ 62.672.247,94)
– 2º: Bela Vista (R$ 5.269.446,77)
– 3º: Bodoquena (R$ 1.573.426,24)
– 1º: Mineração Corumbaense Reunida S.a. (R$ 44.775.879,90)
– 2º: Vetria Mineração S.a. (R$ 11.893.280,81)
– 3º: Mmx Corumba Mineração S/a (R$ 5.506.492,17)
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