Rota Bioceânica avança por Mato Grosso do Sul e promete fortalecer a integração sul-americana

A Rota Bioceânica, que passa por Mato Grosso do Sul e se estende até o Paraguai, Argentina e Chile, já é considerada uma realidade tangível, segundo avaliação do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice). O presidente da Irice, Rubens Barbosa, destacou em um artigo recente no jornal “O Estado de São Paulo”, a importância da integração física sul-americana e o progresso significativo das obras, com previsão de conclusão para 2027.

O projeto inclui a construção da ponte sobre o Rio Paraguai, uma estrutura binacional entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, com 40% dos trabalhos já concluídos. Esta rota, uma das cinco previstas, visa oferecer um caminho mais curto para o Oceano Pacífico, facilitando o acesso aos mercados asiáticos. A rota promete benefícios substanciais nas exportações e importações, além de aumentar a competitividade dos produtos regionais.

A importância dessa rota foi reforçada na Declaração de Salta, um encontro realizado em abril de 2023 na Argentina, que contou com a participação de autoridades como o governador Eduardo Riedel. O Governo Federal do Brasil também destacou outros quatro corredores de integração, incluindo rotas que passam por estados como Amapá, Roraima, Pará, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

O Mato Grosso do Sul desempenha um papel crucial nesse projeto, com investimentos significativos em infraestrutura nas cidades que compõem a rota, como Porto Murtinho. Além disso, a reativação da hidrovia do Rio Paraguai visa atrair operadores e empreendimentos portuários para a região.

A construção da alça de acesso à Ponte Bioceânica, a pavimentação de estradas e a construção de estruturas alfandegárias são etapas fundamentais para a conclusão do projeto. A ordem de serviço para essas obras foi recentemente assinada, marcando um momento histórico para o estado de Mato Grosso do Sul.

Esta iniciativa é vista como uma resposta à nova configuração geoeconômica do Brasil, impulsionada pela desindustrialização e expansão do agronegócio. A rota promete não apenas fortalecer a integração sul-americana, mas também catalisar o desenvolvimento econômico e social da região.