Setor cultural de MS expande em número de empresas, mas enfrenta redução na participação econômica

O setor cultural de Mato Grosso do Sul (MS) passou por uma fase de crescimento e desafios entre 2011 e 2021. De acordo com dados do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) do IBGE, o estado registrou um aumento no número de empresas culturais, mas uma redução na sua participação percentual no total de empresas.

Em 2021, MS contava com 4.417 unidades locais de atividades culturais, um crescimento de 14,7% desde 2011. Contudo, a participação dessas empresas no total de negócios do estado diminuiu de 5,9% para 5,2% no mesmo período. Esse dado revela um cenário onde, apesar do aumento numérico, a cultura perde espaço relativo na economia estadual.

Os investimentos do governo estadual em cultura saltaram de R$ 15,7 milhões em 2012 para R$ 165,5 milhões em 2022, um impressionante aumento de 950%. No âmbito municipal, o crescimento também foi expressivo, de R$ 44,6 milhões para R$ 104,7 milhões no mesmo intervalo.

Um dado relevante é que 90,6% da população sul-mato-grossense com mais de 10 anos possuem celular, e 95,9% dos usuários utilizam a internet para comunicação por voz ou vídeo, destacando a importância das novas tecnologias no consumo cultural.

A disparidade salarial entre homens e mulheres no setor cultural é significativa, com uma diferença de 54%. Além disso, MS se destaca pelo acesso a rádios locais AM/FM, com o terceiro maior percentual nacional. Em termos de infraestrutura como cinemas, museus e teatros, há variações consideráveis no tempo de deslocamento necessário para acessá-los, dependendo do município.

A Lei Aldir Blanc, criada para apoiar o setor cultural durante a pandemia, beneficiou 39 dos 79 municípios de MS, demonstrando sua relevância para a manutenção da atividade cultural no estado durante um período desafiador.

Este panorama mostra um setor cultural em expansão em MS, mas ainda enfrentando desafios como a desigualdade salarial e a necessidade de maior integração na economia estadual. Os investimentos significativos do governo em cultura e a adaptação às novas tecnologias são pontos positivos que podem impulsionar ainda mais o setor.