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Valor da cesta básica aumenta 2,58% em Campo Grande e segue entre um dos mais altos do país

Preço dos produtos básicos fechou o mês de abril em R$ 737,74, o 5º mais alto do país

Por João Paulo Ferreira | 5 maio, 2023 - 14:31

Foto: Ewerton Pereira

O valor do conjunto dos alimentos básicos aumento em abril  após um trimestre de quedas em Campo Grande. Na Capital Morena, o valor da cesta básica fechou o mês em R$ 737,74, e segue sendo o quinto maior do país, com uma alta de de 2,58% em relação a março. As informações são do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

O valor dos produtos para uma família composta por quatro pessoas ficou em R$ 2.213,22. Em 2023, a queda é de  0,87%% em Campo Grande, enquanto a variação no últimos 12 meses ficou está em queda de 3,15%.

Após o quarto mês consecutivo de queda nos preços, o Óleo de soja (4,92%) foi o alimento a apresentar a retração mais expressiva na cidade morena. Ao preço médio de R$ 7,38 em Fevereiro, e R$ 6,95 em Março, em Abril o preço chegou a R$ 6,61. Em 12 meses, a retração é de 31,40%.

Também há quatro meses em retração, o café em pó (1,79%) têm mantido o preço médio na casa dos R$ 14,00.  Banana (3,27%), pãozinho francês (1,71%) e carne bovina (1,58%) foram outros itens a registrar queda de preços.

Depois de dois meses em retração a batata (26,88%) voltou a registrar a alta mais expressiva de preços. Outros  alimentos que acompanharam esta alta foram o tomate (25,20%), o feijão carioquinha (7,96%), o leite (6,64%), o arroz (2,97%), a farinha de trigo (0,69%), a manteiga (0,61%) e o açúcar (0,26%).

A jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica na capital em abril foi de 124 horas e 40 minutos.

O comprometimento do salário mínimo líquido4 na aquisição de uma cesta básica no quarto mês de 2023 chegou a 61,26%.

BRASIL

O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 14 das 17 capitais onde o DIEESE realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre março e abril de 2023, as elevações mais importantes ocorreram em Porto Alegre(5,02%), Florianópolis (3,65%), Goiânia (3,53%), Brasília (3,43%) e Fortaleza (3,38%). Já as reduções foram observadas em três capitais: Natal (1,48%), Salvador (0,91%) e Belém (0,57%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 794,68), seguida de Porto Alegre (R$ 783,55), Florianópolis (R$ 769,35) e do Rio de Janeiro (R$ 750,77). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 553,89), Recife (R$ 582,26), João Pessoa (R$ 585,42) e Salvador (R$ 585,99).
A comparação dos valores da cesta, entre abril de 2022 e abril de 2023, mostrou que nove das capitais tiveram redução de preço, com variações que oscilaram entre 6,12%, em Curitiba e 0,08%, em Recife. Outras oito cidades mostraram aumentos, com destaque para as taxas de Belém (8,27%), Fortaleza (3,42%) e Goiânia (3,23%).
Nos quatro primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em 11 cidades, com variações entre 0,02%, em Florianópolis e 6,30%, em Aracaju. As quedas mais importantes ocorreram em Vitória (3,41%) e Belo Horizonte (3,93%).

Com base na cesta mais cara, que, em abril, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e  da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em abril de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.676,11, ou 5,13 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.302,00. Em março, o valor necessário era de R$ 6.571,52 e correspondeu a 5,05 vezes o piso mínimo. Em abril de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.754,33 ou 5,57 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00.

O custo do quilo do feijão subiu em todas as capitais. O feijão tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro apresentou variações que oscilaram entre 1,92%, em Florianópolis, e 4,96%, em Vitória. Em 12 meses,
houve recuo de preço três cidades: Rio de Janeiro (4,90%), Curitiba (3,17%) e Vitória (2,98%). Já Porto Alegre e Florianópolis mostraram elevação de 1,49% e 1,00%, respectivamente. Para o tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, CentroOeste, Belo Horizonte e São Paulo, as taxas variaram entre 2,23%, em Belém, e 7,96%, em Campo Grande, entre os meses de março e abril. Em 12 meses, todas as cidades registraram alta, com taxas de até 40,58%, em Recife. A baixa oferta do grão carioca de melhor qualidade e do tipo preto explicaram as altas no varejo, mesmo com os elevados patamares de preços praticados nos estabelecimentos pesquisados.
Entre março e abril, o preço médio da batata aumentou em quase todas as capitais do CentroSul onde é coletada. As altas oscilaram entre 4,93%, em Florianópolis, e 26,88%, em Campo Grande. A queda foi registrada em São Paulo (0,59%). Em 12 meses, todas as capitais tiveram queda, com destaque para a taxa de Curitiba, 26,80%. A semana santa, que elevou o consumo de batatas e as chuvas causaram aumento dos preços do tubérculo também no varejo.
O preço do tomate aumentou em 14 das 17 capitais entre março e abril, com destaque para as taxas de Porto Alegre (35,69%), Florianópolis (28,33%) e Curitiba (26,04%). A queda mais expressiva foi registrada em Natal (15,70%).
Em 12 meses, o tomate teve se preço reduzido em todas as cidades, com taxas entre 39,94%, em Recife e 7,63%, em Fortaleza. Menor oferta de tomate, pelo fim da safra de verão explicou os aumentos de valor.
Houve aumento do preço médio da farinha de mandioca, pesquisada no Norte e Nordeste, em todas as capitais. As maiores elevações foram registradas em João Pessoa (7,00%) e Salvador (3,64%). Em 12 meses, as altas oscilaram entre 30,37%, em Aracaju, e 43,62%, em João Pessoa. Apesar do maior volume da raiz para produção de farinha, a menor demanda e a dificuldade de comercialização impactaram nos valores praticados no varejo.
O açúcar refinado apresentou elevação de preços em 13 capitais entre março e abril e as maiores variações ocorreram em Aracaju (6,58%) e Natal (2,87%). Em Florianópolis, o preço médio não variou e as reduções ocorreram em  Vitória (2,45%), São Paulo (1,47%) e Salvador (1,21%). Em 12 meses, houve diminuição em todas as capitais, com destaque para Florianópolis (13,92%), Campo Grande (9,86%) e Recife (9,17%). A baixa oferta de açúcar, mesmo
com o início da safra, elevou os preços no varejo.

O preço do leite integral aumentou em 13 capitais e a manteiga, em 10. No caso do leite, as maiores elevações mensais ocorreram em Campo Grande (6,64%), Brasília (5,54%) e Belo Horizonte (5,42%). Para a manteiga, os destaques foram registrados em Goiânia (3,26%), Aracaju (2,89%) e Natal (2,57%). Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou alta em todas as cidades, com taxas entre 8,98%, em Florianópolis, e 29,04%, em Recife. Já a manteiga, também apresentou alta
em todas as cidades, e as variações acumuladas oscilaram entre 7,42%, em
Vitória, e 24,81%, em Belém. O mês de abril é período de entressafra de leite, quando ocorre redução do produto no campo, o que eleva os valores dos derivados no varejo.
O preço do óleo de soja diminuiu em todas as capitais; e, as reduções variaram entre 8,41%, em Vitória e 0,34%, em Salvador. Em 12 meses, o movimento foi de diminuição em todas as cidades, com destaque para as taxas de Belo Horizonte (32,03%) e Campo Grande (31,40%). A soja apresentou safra recorde no Brasil e os preços diminuíram. Especificamente em relação ao óleo de soja, apesar do volume exportado, internamente os altos patamares de preço inibiram a demanda, reduzindo o preço nos supermercados.
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