Por João Paulo Ferreira | 18 novembro, 2024 - 12:51
A Educação de Jovens e Adultos (EJA), oferecida pela Rede Municipal de Ensino de Campo Grande (REME), conta com uma escola exclusiva para essa modalidade, além de outras 11 unidades que também disponibilizam o programa. Entre elas está a Escola Municipal Osvaldo Cruz, que se destaca por atender 318 alunos matriculados nas fases iniciais e finais do EJA, com aulas nos períodos matutino, vespertino e noturno.
Segundo Felipe Augusto da Costa Souza, chefe da Divisão de Políticas Específicas de Educação da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), as matrículas para o EJA estão abertas dentro do período definido pela REME. “Basta o interessado procurar a unidade e efetivar sua matrícula diretamente na secretaria da escola, sem necessidade de ir até a SEMED. Quem deseja concluir os estudos e não está no ensino regular, pode se dirigir à escola mais próxima para se matricular”, afirma.
Os estudantes do EJA têm os mesmos direitos que os alunos do ensino regular, incluindo passe de estudante, uniforme e material escolar. “Assim como os alunos do ensino regular, eles recebem todo o uniforme e material escolar necessários para que possam participar das aulas nas mesmas condições dos demais estudantes da REME”, complementa Felipe.
O coordenador da Escola Municipal Osvaldo Cruz, Marcelo Corrêa, enfatiza as histórias inspiradoras dos alunos do EJA. “Temos alunos que nunca estudaram e outros que pararam no meio do caminho. É fundamental que os professores compreendam essas particularidades para atender a todos de forma adequada. Recebemos estudantes que enfrentaram dificuldades no ensino regular e acabaram reprovando, mas que encontram aqui uma nova chance. Temos transformado vidas. Os jovens costumam faltar mais, enquanto os idosos, faça chuva ou faça sol, estão sempre presentes, determinados a aprender.”
Entre os alunos, Marco Antônio da Silva, de 48 anos, relata o impacto do retorno aos estudos após anos de dedicação ao trabalho rural. “Trabalhava em fazendas e não tinha tempo para estudar. Fui incentivado pelos técnicos do Senar a voltar aos estudos e, agora, estou aqui. Quero muito ser professor”, compartilha Marco.
Outra aluna que emociona é Lurdes Meireles de Oliveira, de 68 anos, matriculada na fase inicial da EJA. Ela conta como retomou os estudos após décadas sem oportunidades. “Casei aos 14 anos, engravidei aos 15 e não tive a oportunidade de estudar. Com a ajuda da professora, consegui avançar. Sair de casa e conseguir ler as placas é uma conquista muito valiosa.”
Ana Paula Pereira de Carvalho, professora da fase inicial da EJA, destaca a importância do ensino para a inclusão social. “Os alunos, especialmente os idosos, enfrentam uma exclusão social muito forte, e é gratificante poder contar com a EJA para promover essas conquistas.”
Ela ainda ressalta a necessidade de valorizar os conhecimentos informais que os estudantes trazem. “Eles não reconhecem o conhecimento que adquiriram fora do ensino formal, desconsiderando o próprio aprendizado. Nosso trabalho inclui valorizar esse conhecimento, pois nós também aprendemos muito com cada um deles.”
Além da Escola Municipal Osvaldo Cruz, outras 11 unidades da REME oferecem a modalidade de ensino, como as escolas Consulesa Margarida Maksoud Trad, Profª Ione Catarina Gianotti Igydio, Profª Iracema de Souza Mendonça, Pe. Tomaz Ghirardelli, Prof. Plínio Mendes dos Santos, Profª Maria Regina de Vasconcelos Galvão, Prof. Antônio Lopes Lins, Carlos Vilhalva Cristaldo, Nerone Maiolino e José Mauro Messias da Silva (“Poeta das Moreninhas”).
18 novembro, 2024
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