Por João Paulo Ferreira | 16 maio, 2024 - 10:08
O jornalismo esportivo do Brasil enfrenta um momento de luto profundo com a perda de três grandes figuras em cerca de 12 horas. Washington Rodrigues, conhecido como Apolinho; Antero Greco; e Silvio Luiz, três jornalistas cujas vozes e estilos marcaram gerações de fãs de esportes, faleceram, deixando um legado de contribuições inestimáveis para a mídia esportiva. Cada um, com sua singularidade, moldou de forma distinta a narrativa e a análise esportiva no país, tocando a vida de milhares de admiradores e espectadores com seu trabalho dedicado e apaixonado.
Washington Rodrigues (Apolinho)
Washington Rodrigues, conhecido como Apolinho, faleceu na noite da última quarta-feira (15), aos 87 anos. A morte ocorreu no Hospital Samaritano, localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde ele estava internado devido a um câncer agressivo no fígado. Apolinho era uma figura emblemática do rádio brasileiro, com uma carreira que começou na década de 1960 e se estendeu por várias gerações.
Em sua trajetória, passou por grandes emissoras como Rádio Globo e Rádio Nacional, e mais recentemente atuava como comentarista e apresentador na Rádio Tupi. Seu programa, o “Show do Apolinho”, era muito popular e havia celebrado recentemente 25 anos de transmissão. Seu estilo único e a capacidade de conectar-se emocionalmente com os ouvintes o tornaram uma lenda no jornalismo esportivo.
Além de sua carreira no rádio, Apolinho também teve uma passagem notável como técnico do Flamengo em 1995, durante o centenário do clube. Sua paixão pelo futebol era evidente, tendo coberto 11 Copas do Mundo, a primeira delas em 1970, quando o Brasil conquistou o tricampeonato. Apolinho deixou três filhos e sete netos, além de uma legião de admiradores que sentiram profundamente sua perda.
Seu legado no jornalismo esportivo é vasto, marcado por uma abordagem irreverente e entusiástica. Apolinho não apenas reportava eventos, mas também os coloria com suas narrativas vibrantes e bordões memoráveis, tornando cada jogo uma experiência única para seus ouvintes.
Antero Greco
Antero Greco faleceu na madrugada desta quinta-feira (16), aos 69 anos. Ele estava internado no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, onde lutava contra um meningioma, um tipo de tumor cerebral. Antero era uma figura proeminente no jornalismo esportivo, trabalhando na ESPN Brasil por quase 30 anos e se tornando uma voz influente e respeitada no meio.
Antes de sua longa passagem pela ESPN, Antero trabalhou em grandes jornais como O Estado de S. Paulo e a Folha de S. Paulo, além de ter sido colunista do UOL. Ele era conhecido por seu equilíbrio entre análise técnica profunda e uma apresentação acessível, características que o fizeram um favorito entre os fãs de esportes.
Formado pela ECA-USP, Greco também tinha uma paixão profunda por literatura, possuindo uma extensa biblioteca pessoal com mais de dez mil títulos. Ele era um crítico literário habilidoso e autor de dois livros sobre futebol, que mostram sua habilidade de entrelaçar sua erudição literária com sua paixão pelo esporte.
Greco deixou um legado de integridade jornalística e uma marca indelével na cobertura esportiva no Brasil. Seu trabalho não apenas informava, mas também formava opiniões e inspirava novos jornalistas a abordar o esporte com o mesmo rigor e paixão.
Silvio Luiz
Silvio Luiz, um dos narradores esportivos mais icônicos do Brasil, faleceu também na manhã de quinta-feira, 16 de maio de 2024. Ele morreu após duas internações consecutivas, que marcaram o declínio de sua saúde. Silvio estava ativamente trabalhando até os últimos dias, narrando jogos do campeonato paulista no portal R7, sempre com seu estilo característico de humor e leveza.
Com uma carreira que abrangeu várias décadas, Silvio Luiz se destacou por seus bordões criativos e uma abordagem inovadora na narração de jogos de futebol. Ele era conhecido por seu jeito único de trazer o jogo para os lares brasileiros, tornando cada partida memorável com seu entusiasmo e paixão.
Silvio também contribuiu significativamente para o jornalismo esportivo com seu compromisso em manter uma narração vibrante e envolvente. Seus bordões se tornaram parte do vocabulário do futebol brasileiro, refletindo sua habilidade de capturar a emoção do esporte de uma forma que poucos conseguiram.
Silvio morreu em decorrência de falência de múltiplos órgãos. Não há ainda informações sobre velório e sepultamento.
O impacto de Silvio no jornalismo esportivo é inegável. Ele deixa um legado de inovação na narração esportiva, sendo lembrado por transformar a forma como os brasileiros experienciam o futebol.
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