Por João Paulo Ferreira | 21 agosto, 2024 - 14:44
Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que ocorrerão de 28 de agosto a 8 de setembro, têm tudo para ser um marco para os atletas de Mato Grosso do Sul. Entre os principais destaques estão Fernando Rufino e Yeltsin Jacques, que já conquistaram medalhas na última edição dos Jogos, em Tóquio 2020, e agora entram como grandes promessas em Paris.
Fernando Rufino: o “Cowboy de Aço” na paracanoagem
Fernando Rufino de Paulo, conhecido como “Cowboy de Aço”, é um dos nomes fortes de Mato Grosso do Sul na canoagem paralímpica. Natural de Eldorado, Rufino vem se destacando em competições internacionais, incluindo a recente conquista do ouro na categoria VL2M200m no Mundial de Paracanoagem, o que o coloca entre os favoritos ao ouro em Paris.
Com uma história de superação inspiradora, Rufino, que começou sua vida sonhando em ser peão de rodeio, teve seus planos interrompidos por um acidente que o deixou paraplégico. Encontrou no esporte uma nova paixão e a oportunidade de realizar novos sonhos, chegando ao topo em Tóquio 2020, onde conquistou a medalha de ouro nos 200 metros com o impressionante tempo de 53,077 segundos. Ele reconhece que o apoio do programa Bolsa Atleta foi crucial para sua preparação de nível mundial, permitindo-lhe alcançar resultados significativos tanto no Campeonato Mundial quanto nas Paralimpíadas. “Espero continuar contando com esse suporte rumo a Los Angeles 2028”, afirma o atleta.
Rufino também ressalta o impacto positivo do esporte em sua vida e na de outras pessoas. “O esporte mudou minha vida de forma completa. Quero mostrar que todos podem alcançar seus objetivos. O ‘cowboy de aço’, que era peão de boiadeiro, tornou-se campeão paralímpico e conheceu mais de 20 países. O esporte não é apenas uma maneira de salvar pessoas das ruas ou das drogas; é uma profissão onde, com dedicação, disciplina e respeito, todos podem se tornar alguém na vida.”
Yeltsin Jacques: incansável e imparável
Outro nome de peso é Yeltsin Francisco Ortega Jacques, de 33 anos, natural de Campo Grande, que é um dos favoritos para conquistar medalhas em Paris. Convocado para disputar as provas de 1.500 e 5.000 metros na classe T11, destinada a atletas cegos, Yeltsin é o atual campeão mundial dos 5.000 metros e recordista mundial em ambas as provas. Sua trajetória de sucesso inclui o ouro em Tóquio 2020, onde ele também estabeleceu recordes mundiais.
Yeltsin reflete sobre sua jornada de 18 anos no esporte, marcada por desafios diários e treinos intensos. Ele enfrentou muitas dificuldades no início, quando ainda não havia infraestrutura esportiva adequada em Mato Grosso do Sul. Apesar disso, sua determinação o levou a buscar melhores condições de treino, inclusive fora do país. Contudo, com a melhoria da infraestrutura em Campo Grande e o suporte financeiro do Bolsa Atleta, Yeltsin pôde retornar ao estado e alcançar resultados espetaculares. “Com o apoio financeiro e a inauguração da pista de atletismo, já treinando em Campo Grande, conquistamos resultados expressivos em Tóquio”, destaca.
Yeltsin também enfatiza a importância do esporte paralímpico para a inclusão e transformação de vidas. “O esporte paralímpico tem mostrado às pessoas com deficiência que elas podem alcançar seus objetivos e ter uma vida plena.”
Anne Talitha: pioneirismo e dedicação no judô paralímpico
A professora de judô Anne Talitha Almeida Ferreira Silva foi convocada para integrar a delegação brasileira nas Paralimpíadas de Paris 2024 como auxiliar-técnica. Com mais de 15 anos de experiência no treinamento de atletas paralímpicos, Anne levará duas judocas sul-mato-grossenses para competir em Paris: Erika Cheres e Kelly Victório, que competem nas classes J1 e J2, respectivamente.
Erika Cheres, nascida em Guia Lopes da Laguna, competirá na categoria +70 kg da classe J1 (cegos totais), enquanto Kelly Victório, de Campo Grande, competirá na categoria até 70 kg da classe J2 (baixa visão). Ambas têm se destacado em competições internacionais, impulsionadas pelo suporte do governo estadual e pela orientação de Anne. “A alegria é ainda maior por conseguir levar duas atletas que treinam comigo. É um momento de muita satisfação ver que Mato Grosso do Sul está bem representado”, comemora Anne.
Anne Talitha destaca a importância de fomentar o esporte paralímpico e vê na participação das atletas um incentivo para novos talentos. “Espero que isso motive tanto os professores quanto os atletas a seguirem em frente. Elas vieram de projetos e programas de apoio do governo, e isso é muito gratificante.”
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