Por João Paulo Ferreira | 3 setembro, 2024 - 8:55
O atleta sul-mato-grossense Yeltsin Jacques, de 32 anos, voltou a brilhar nos 1.500m T11 das Paralimpíadas de Paris. Nesta terça-feira (3), ele quebrou seu próprio recorde mundial e liderou uma nova dobradinha brasileira, com Júlio Cesar Agripino dos Santos conquistando o bronze na classe para deficientes visuais totais. Além disso, Julio Cesar venceu os 5.000m T11 com recorde mundial, enquanto Yeltsin levou o bronze.
“Na semifinal já mostramos ao que viemos. Foi uma prova fantástica, repetindo o feito de Tóquio. Ganhar de novo, e com recorde mundial, me deixa muito feliz com todo o trabalho realizado. Passei por uma lesão e uma virose que afetaram meu desempenho nos 5.000m, mas as expectativas para os 1.500m eram as melhores. Estou muito feliz que o Julio também conquistou uma medalha. O Brasil está se tornando uma potência nas provas de meio-fundo e fundo, e queremos inspirar as próximas gerações”, disse Yeltsin.
Assim como em Tóquio, Yeltsin dominou a prova e estabeleceu um novo recorde mundial. No Japão, ele completou os 1.500m em 3m57s60. Em Paris, com o guia Guilherme Santos, baixou o tempo para 3m55s82. O etíope Yitayal Silesh Yigzaw ficou com a prata (4m03s21), enquanto Julio Cesar, com o guia Micael dos Santos, completou o pódio (4m04s03).
Na final desta terça-feira, Julio liderou o pelotão na primeira volta. O equatoriano Jimmy Caicedo tentou assumir a liderança na segunda volta, mas no início da terceira, Yeltsin disparou e manteve a liderança até o final, garantindo o recorde mundial. Julio segurou a segunda posição até a metade da última volta, quando foi ultrapassado pelo etíope, mas conseguiu manter o bronze ao resistir ao ataque do japonês Kenya Karasawa.
“Foi uma prova dura. Dei o meu melhor e saio feliz, com a cabeça erguida, e duas medalhas paralímpicas. Parabéns ao Yeltsin pelo recorde mundial e pela nossa dobradinha. Somos uma potência nessas provas, o que demonstra a força da nossa seleção. Estamos muito felizes”, comentou Julio.
Yeltsin Jacques nasceu em Campo Grande com baixa visão e começou no atletismo para ajudar um amigo cego a correr. Sua primeira participação foi nas Paralimpíadas Escolares de 2007. Nos Jogos de Tóquio, ele foi campeão tanto nos 1.500m quanto nos 5.000m T11. Com as duas medalhas de Paris, ele alcançou quatro pódios em Paralimpíadas, além de cinco medalhas em Mundiais, incluindo dois ouros.
Julio Cesar Agripino foi diagnosticado com ceratocone, uma doença degenerativa da córnea, aos sete anos. Ele começou como atleta convencional e migrou para a equipe paralímpica por orientação dos treinadores do Centro Olímpico. Desde então, compete na classe T11. Entre suas conquistas estão o ouro nos 1.500m e a prata nos 5.000m no Mundial de Kobe em 2024, além do ouro nos 1.500m e o bronze nos 5.000m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023.
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