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Reforma na ponte do Rio Paraguai une tecnologia avançada e alpinistas na execução de reparos

A modernização estratégica envolve a aplicação de estruturas inovadoras e a expertise de profissionais especializados em alturas.

Por João Paulo Ferreira | 28 março, 2024 - 18:53

Foto: Divulgação

A ponte sobre o Rio Paraguai, na BR-262, que conecta a região a Corumbá, está passando por uma reforma significativa com o uso de tecnologias avançadas e a colaboração de alpinistas especializados. A instalação de uma plataforma suspensa, conhecida como QuikDeck, sob um dos pilares principais marca um avanço importante no projeto de reparo. Essa inovação permite que os operários realizem seus trabalhos com maior segurança e eficiência, posicionando-se diretamente sob a ponte para a execução das tarefas necessárias.

O engenheiro civil Lauro Peres, que supervisiona a obra, explica que a plataforma não só facilita a inserção de novas placas de aço e a realização da concretagem mas também serve de suporte para todo o processo de reforço estrutural. A dimensão da plataforma, com 13,8 metros de largura por 3,8 metros de comprimento, é fundamental para o suporte do peso dos materiais e dos operários durante a execução das tarefas.

A reforma inclui a demolição da laje existente sobre o pilar e a subsequente montagem do deck de suporte. “Estamos trabalhando na montagem da caixaria e no reforço do aço na parte inferior. Após completarmos essa etapa, vamos proceder com a concretagem e posteriormente reforçar o aço na parte superior da estrutura”, detalha Peres.

A obra no pilar 2 é apenas uma parte do projeto de reforma. Outros pilares, especificamente os P24 e P27, também receberão atenção, embora não necessitem da instalação da QuikDeck. Peres enfatiza a importância da plataforma para suportar o escoramento e garantir a segurança durante a concretagem, prevendo a utilização de aproximadamente 19 toneladas de concreto apenas nesta fase.

Com a obra avançando, a previsão é que esta etapa seja concluída até a segunda quinzena de abril. Durante este período, a rodovia opera no sistema de ‘Pare e Siga’, permitindo que os reparos continuem sem interromper completamente o tráfego. Até o momento, cerca de 20% do total da obra foi finalizado, marcando um progresso significativo no projeto.

Hélio Peluffo, secretário da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), destaca a complexidade e a magnitude da obra. “A necessidade de importar tecnologias de outros estados reflete o nível de especialização requerido para este projeto”, afirma. Peluffo também pede paciência e cautela aos motoristas que atravessam a área de obras, reiterando a importância da segurança para todos os envolvidos.

A equipe de alpinistas industriais, trazida de várias partes do país, incluindo o Rio de Janeiro, desempenha um papel crucial na montagem da QuikDeck. Leonardo Campos Alves, um alpinista com mais de 7 anos de experiência, relata os desafios adicionais enfrentados pela sua equipe devido ao clima quente e ao sol forte da região.

“Nosso principal trabalho foi garantir a montagem segura do QuickDeck e a instalação das agarras necessárias para sua sustentação. O próximo passo será montar um andaime para facilitar o acesso seguro dos operários à área de trabalho”, explica Alves. Essa etapa é fundamental para garantir a execução segura da concretagem.

A ponte, inaugurada em maio de 2001 e com 1.890 metros de comprimento, é uma estrutura vital para a região. Com o reforço estrutural de aço, a ponte terá capacidade para suportar cerca de 70 toneladas por metro quadrado, garantindo a segurança e a continuidade do fluxo de veículos leves e caminhões que diariamente atravessam o rio.

Em fevereiro, a instalação de uma placa de aço de 17 toneladas foi um marco inicial na correção das patologias identificadas na ponte. Este dispositivo permitiu a continuidade do tráfego enquanto os materiais deteriorados eram removidos, evidenciando o compromisso das equipes em manter a funcionalidade da ponte durante os reparos. Essa abordagem meticulosa assegura não apenas a eficácia dos trabalhos, mas também minimiza os impactos para os usuários e as indústrias dependentes da estrutura.

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