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Onça resgatada no Pantanal dá primeiro sinal de recuperação com esturro no hospital veterinário Ayty

Felino está em tratamento em Campo Grande após ser encontrado com queimaduras em uma fazenda de Miranda

Por João Paulo Ferreira | 18 agosto, 2024 - 17:37

Foto: Bruno Rezende

A onça-pintada Miranda, resgatada no Pantanal de Mato Grosso do Sul, deu um primeiro sinal positivo de recuperação ao esturrar logo após chegar ao Hospital Veterinário Ayty, em Campo Grande. O animal, que foi encontrado preso em uma manilha em uma fazenda no município de Miranda, está recebendo tratamento especializado para queimaduras nas quatro patas, incluindo o uso de pomadas especiais e ozonioterapia.

Com apenas dois anos de idade, a onça recebeu o nome Miranda em homenagem ao município pantaneiro onde foi avistada e resgatada. Toda a operação somou praticamente 26 horas de trabalho, começando às 12h50 de quarta-feira (14), com os primeiros atendimentos ocorrendo às 9h46 de quinta-feira (15) ainda no Pantanal. “É uma emoção, assim, como todo animal também é importante para a fauna. Mas a onça-pintada dá uma emoção pela agressividade, medo e adrenalina”, disse Jordana Toqueto, médica veterinária do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), que faz o acompanhamento da situação do felino. O esturro da onça arrancou comemorações das equipes de biólogos e veterinários envolvidos no resgate e tratamento.

Jordana Toqueto – Foto: Bruno Rezende

A coordenadora operacional do Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), Paula Helena Santa Rita, ressaltou a importância da estrutura do Hospital Veterinário Ayty, inaugurado no ano passado, para a recuperação do felino. “Aparentemente ela está bem melhor do que as onças capturadas em 2020, com queimaduras mais brandas do que a Jout Jout. Precisamos aguardar os próximos exames”, explicou. “Fomos acionados e organizamos toda a operação para fazer o resgate e o transporte dela, com o apoio do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e da PMA (Polícia Militar Ambiental). Ela estava em uma manilha, conseguimos sedá-la e fazer os primeiros atendimentos. Durante todo o trajeto, monitoramos ela, inclusive para conforto da temperatura, com gelo”, acrescentou Paula.

De acordo com a coordenadora do CRAS, Aline Duarte, “tudo o que for necessário para que essa onça possa estar preparada para uma posterior soltura” será feito, incluindo o tratamento com pomadas especiais para curar queimaduras em animais, além do ozônio. “Durante a captura já foi identificado que ela está com as patas queimadas. Então agora a gente começa o procedimento de tratamento do animal, além dos demais exames”, explicou Aline.

Aline Duarte – Foto: Bruno Rezende

O resgate de Miranda faz parte da Operação Pantanal 2024, que visa a preservação da fauna e flora do bioma. A captura e reabilitação de Miranda são vistas como de extrema importância para a biodiversidade, uma vez que se trata de uma fêmea jovem com potencial para contribuir com futuros filhotes. “A gente pensa nos futuros filhotes, na manutenção da biodiversidade da espécie. É uma fêmea jovem que pode auxiliar a reintroduzir outras onças, dar continuidade na espécie. As onças são especialistas, investem energia para manter os filhotes. Ao longo da vida ela pode ter de 8 a 10 filhos”, revelou Paula.

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