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Onças, jacarés, aves: Pantanal tem animais que ‘brilham’ aos olhos

Alguns deles são considerados símbolos do bioma; confira as imagens

Por Viviane Freitas | 6 abril, 2022 - 15:22


Os 150.355 quilômetros quadrados de extensão rendem ao Pantanal o título de maior planície alagável do mundo. Com esse tamanho todo, rios e uma flora rica em diversidade, o Patrimônio Natural da Humanidade reúne animais das mais diferentes espécies.

Alguns deles são considerados símbolos do bioma, ‘brilham’ aos olhos, sendo fundamentais para a manutenção da cadeia alimentar do bioma e também para a economia da região, pois turistas do mundo todo vão em busca de conexão com a natureza e belos registros.

“A relação desta fauna com o ser humano, no Pantanal, é bastante amigável”, fala o pesquisador do Laboratório de Vida Selvagem da Emprapa Pantanal, Walfrido Moraes Tomas.

Conforme Walfrido, entre tantos bichos que têm no Pantanal o habitat natural, podemos listar ao menos seis como símbolos e, cada um deles, por razões específicas. Em comum, com exceção, das araras, a importância de áreas inundáveis para a sobrevivência.

“Todos se beneficiam das paisagens diversificadas do Pantanal, mas o que mais os caracteriza como grupo é o fato do Pantanal ser uma das áreas mais importantes para sua conservação”, resume o pesquisador.

De acordo com ele, não existe estudo sobre a quantidade ou tamanho da população destes animais. O que se sabe, é que muitos morreram em incêndios ocorridos nos últimos anos na região.

“Houveram onças-pintadas que morreram ou ficaram feridas, ninhos de tuiuiús destruídos por fogo, cervos mortos pelo fogo, muitos jacarés morreram (estimamos em mais de 85 mil jacarés mortos diretamente pelo fogo em 2020), mas isso não permite estimar o impacto nas populações, porque estas não são conhecidas em seu tamanho com a precisão necessária, ou são mesmo desconhecidas”. diz Walfrido.

Onça-pintada

 

Onça-pintada no Pantanal  — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal

Onça-pintada no Pantanal — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal

O tamanho impressiona. As cores, amarela e preta, parecem uma pintura. A ferocidade amedronta. E a combinação disso tudo atrai olhares de gente de todo o mundo. Estudos apontam que o Brasil detém cerca de 50% das onças-pintadas de todo o mundo — mais de 90% delas estão na América do Sul.

Avistar esse felino é o auge do passeio de quem vai ao Pantanal. O animal também é estudado e alguns até monitorados eletronicamente por pesquisadores. Em Miranda, por exemplo, há projeto específico sobre o comportamento deste animal, o Onçafari. Há ainda outras iniciativas como: Onças do Rio Negro, e no Mato Grosso, a ONG Panthera e o ICMBio.

“O Pantanal abriga uma das mais importantes populações da espécie, e aqui é o lugar onde é mais fácil observá-las”, explica Walfrido.

De acordo com o pesquisador, mesmo sendo um animal essencialmente terrestre, a onça-pintada está muito associada à água.

“Caça muito animais aquáticos ou que vivem em ambientes inundáveis, como jacarés, capivaras, cervos, etc”, explica Walfrido.

Tuiuiú

 

Tuiuiú fica em áreas alagadas em busca de alimento — Foto: Chico Gomes/TV Morena

Tuiuiú fica em áreas alagadas em busca de alimento — Foto: Chico Gomes/TV Morena

“É considerado a ave símbolo do Pantanal porque sua população é abundante. É uma espécie dependente de áreas alagadas e, portanto, simboliza muito bem o Pantanal”.

A ave de pescoço preto com detalhe vermelho, corpo branco e patas finas, se destaca no céu e nas águas pantaneiras. São muitos ‘pra lá e pra cá’ e é fácil de vê-los quando se vai ao Pantanal por via terrestre.

E não é só no ar que se vê estas aves. Elas se alimentam de pequenos peixes e está sempre nos rios, à caça. Na maioria das vezes estão em casais, mas podem se reunir em grupos.

Tuiuiús no Pantanal de MS — Foto: Chico Gomes/TV Morena

Tuiuiús no Pantanal de MS — Foto: Chico Gomes/TV Morena

Ariranha

 

Ariranha é flagrada por guia de turismo e faz pose para foto no Pantanal de MS — Foto: Edir Alves/Foto

Ariranha é flagrada por guia de turismo e faz pose para foto no Pantanal de MS — Foto: Edir Alves/Foto

“É uma espécie dependente de rios e lagos, facilmente observada no Pantanal. A região abriga uma das mais importantes populações desta espécie, que é considerada ameaçada de extinção”.

As ariranhas são excelentes predadores de peixes e são considerada as ‘onças das águas’. Também conhecidas como lontras gigantes, podem medir até 1.80 m e são animais com hábitos diurnos e típicos de água doce. Estão sempre em grupos cuidando do seu território.

Além das tocas, a ariranha também constrói latrinas, onde faz as suas necessidades fisiológicas, e também campsides, que são áreas construídas em regiões sombreadas e próximos a áreas de alimentação, servindo para descanso e demarcação de território.

Arara-azul

Araras-azuis são flagradas se alimentando, no Pantanal.  — Foto: Cláudia Gaigher/Arquivo pessoal

Araras-azuis são flagradas se alimentando, no Pantanal. — Foto: Cláudia Gaigher/Arquivo pessoal

“É uma das espécies mais facilmente observadas no Pantanal, onde está a maior população. E também é um atrativo turístico importante”.

O Projeto Arara Azul acompanha a população destas aves no bioma, através de pesquisas e monitoramento de ninhos naturais e artificiais. Quem quiser, pode apoiar os trabalhos, através da adoção.

O Pantanal reúne os dois maiores redutos de araras-azuis do mundo — Foto: Globo Repórter

O Pantanal reúne os dois maiores redutos de araras-azuis do mundo — Foto: Globo Repórter

Cervo-do-pantanal

“É uma espécie ameaçada de extinção totalmente dependente de áreas inundáveis. O Pantanal abriga a maior população conhecida. Também é um atrativo turístico relevante”.

O cervo-do-pantanal pode pesar até 130 quilos e medir mais de dois metros de comprimento. A família Cervidae, representada por cervos e veados, é única ruminante nativa existente no Brasil.

Jacarés

“São muito abundantes no Pantanal e estão associados com rios, corixos, lagoas, e lagos e brejos. São quase onipresentes e constituem uma marca importante do Pantanal”.

Apesar de muitos, tem se observado uma redução nesta população por conta de uma triste realidade em relação a estes répteis: a caça ilegal para obtenção de carne.

“Tem aumentado consideravelmente no Pantanal, especialmente próximo a cidades, o que fica evidente pelo número de carcaças de jacaré encontradas boiando em rios e lagoas, ou jogadas no mato, sempre sem a cauda. Isso identifica uma caça ilegal para obtenção de carne”, fala o pesquisador.

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