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Casa Sophia: Pai de criança estuprada e morta quer indenização de R$50 mil de pastor

Local de acolhimento seria chamado "Casa Sophia", mas ideia não agradou

Por Viviane Freitas | 5 outubro, 2023 - 16:42

Jean Ocampo, pai da menina Sophia, e seu companheiro Igor Andrade entraram com uma ação legal contra o presidente da Sociedade Evangélica Beneficente (Sebe), o pastor Wilton Acosta. Eles buscam uma indenização de R$ 50 mil. A ação surgiu em meio à controvérsia em torno do nome “Casa Sophia”, que foi anunciado pela Prefeitura de Campo Grande em parceria com a Sebe para ser usado em um centro de acolhimento infantojuvenil.

Após a polêmica, a Prefeitura cancelou o financiamento planejado para a Semana da Criança, que incluía o lançamento da “Casa Sophia”.

O casal alega que o nome de sua filha, que faleceu em janeiro deste ano devido a agressões físicas e sexuais, está sendo utilizado para fins de autopromoção, interferência religiosa e captação de recursos públicos e privados, prejudicando a rede de proteção à infância e adolescência.

Eles também afirmam que o pastor possui ligações diretas com as conselheiras tutelares da região Norte, que estiveram envolvidas no caso de Sophia, e que suas denúncias não foram devidamente investigadas devido ao preconceito por serem um casal homoafetivo, indo de encontro às crenças religiosas conservadoras que influenciam os conselhos tutelares.

O casal alega que não foram consultados quanto ao uso do nome de sua filha e, além da indenização, estão pedindo que a Justiça proíba o pastor de utilizar o caso da criança para fins pessoais, político-religiosos ou de captação de recursos públicos.

Wilton Acosta, procurado pela reportagem, admitiu que não estava ciente do processo, mas se desculpou por ter mencionado o nome da criança sem prévio aviso, considerando isso um equívoco. Ele enfatizou que não usará o nome “Casa Sophia” e destacou seu compromisso de combater a violência contra crianças, uma causa que precede a tragédia envolvendo Sophia.

Sophia faleceu em 26 de janeiro deste ano após sofrer uma série de agressões. Seu padrasto, Christian Campoçano, e sua mãe, Stephanie de Jesus, estão presos desde então e devem ser julgados ainda este ano.

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