Por João Paulo Ferreira | 4 dezembro, 2024 - 15:17
Christian Campoçano, padrasto da menina Sophia Jesus Ocampos, de 2 anos, compareceu ao Tribunal do Júri em Campo Grande, nesta quarta-feira (4), vestindo uma camiseta que chamou atenção no julgamento. A peça trazia a imagem de Itachi Uchiha, personagem do anime “Naruto” conhecido por assassinar todo o seu clã, incluindo seus pais, em uma das passagens mais marcantes da história. Christian está sendo julgado por homicídio qualificado por crueldade e motivo fútil, além de estupro, no caso que resultou na morte da criança em janeiro de 2023.
A escolha da vestimenta gerou especulações entre os presentes no tribunal e nas redes sociais, devido à aparente semelhança entre a história fictícia do personagem e a acusação real enfrentada por Christian. Enquanto alguns sugeriram que pode ter sido apenas uma coincidência, outros questionaram se a camiseta foi usada como uma espécie de provocação ou confissão simbólica.
Sophia Jesus Ocampos foi encontrada morta no dia 26 de janeiro de 2023 e levada pela mãe, Stephanie de Jesus, já sem vida, à UPA do bairro Coronel Antonino, em Campo Grande. O laudo do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) concluiu que a menina morreu em decorrência de um traumatismo na coluna cervical, que evoluiu para acúmulo de sangue na cavidade torácica. Além disso, o exame confirmou sinais de violência sexual não recente.
Christian responde pelas acusações de homicídio qualificado e estupro, enquanto Stephanie é acusada de omissão dolosa por não proteger a filha das agressões que, segundo a acusação, ocorreram de forma recorrente.
Itachi Uchiha, personagem retratado na camiseta de Christian, é um ninja do anime “Naruto” que assassinou toda sua família e clã em uma missão secreta, poupando apenas o irmão mais novo. Apesar de seu ato ser justificado no enredo como uma tentativa de evitar uma guerra civil, o personagem é amplamente associado à violência e ao sacrifício extremo.
A escolha de Christian ao vestir a camiseta do personagem foi vista por muitos como carregada de simbolismo, especialmente considerando o contexto do julgamento. Especialistas jurídicos consultados pela reportagem apontaram que, embora a vestimenta não tenha influência direta no caso, pode ser usada pela acusação ou pela defesa como parte da narrativa no tribunal.
O júri popular de Christian Campoçano e Stephanie de Jesus teve início na manhã desta quarta-feira (4) e deve se estender até quinta-feira (5). Testemunhas de acusação e defesa já foram ouvidas, e os réus devem prestar depoimento até o fim do dia. Na quinta, o tribunal entra na fase de debates entre acusação e defesa, com a sentença prevista para ser anunciada no mesmo dia.
4 dezembro, 2024
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