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Fernando da Silva Souza Júnior se torna o primeiro promotor de Justiça sul-mato-grossense de origem indígena

Jovem Terena superou adversidades para alcançar um marco na justiça estadual

Por João Paulo Ferreira | 22 abril, 2024 - 14:50

Foto: Arquivo pessoal

A nomeação de Fernando da Silva Souza Júnior, um jovem de 27 anos da etnia Terena e oriundo da Reserva Indígena de Dourados (RID), como o primeiro promotor de Justiça sul-mato-grossense de origem indígena, no estado do Pará, simboliza um avanço significativo para a representatividade indígena no Brasil. Esta conquista não é apenas um marco pessoal para Fernando, mas um exemplo de superação e determinação para toda a comunidade indígena.

Educado inicialmente na escola municipal Tengatui Marangatu dentro da RID, Fernando enfrentou numerosos desafios ao migrar para a cidade para prosseguir com seus estudos secundários e universitários. Durante este período, ele foi repetidamente confrontado com o preconceito racial, uma experiência que, segundo ele, foi decisiva na formação de sua personalidade e na firmeza de seus propósitos.

“O período de estudos na cidade foi marcado por muita dificuldade, principalmente o preconceito racial. Vivenciei inúmeros episódios de racismo explícito que influenciaram profundamente o desenvolvimento de minha personalidade”, conta Fernando. No entanto, ele nunca permitiu que essas barreiras impedissem seu progresso educacional ou profissional.

Fernando sonhava em trabalhar na área do direito desde criança. Após concluir sua formação universitária, ele se deparou com as diversas possibilidades dentro do campo jurídico, decidindo então que sua maior contribuição seria através do Ministério Público. “O trabalho exercido pelo Ministério Público é incrível. Como promotor de justiça, minha função é promover a justiça na sociedade como um guardião da Lei, defendendo a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis”, explica.

O percurso até se tornar promotor de Justiça foi árduo, exigindo renúncias e sacrifícios pessoais consideráveis. “A preparação para o concurso público é extremamente difícil. Tive que abrir mão de muita coisa: lazer, tempo com a família e amigos. Foram anos de muito estudo e dedicação”, relata Fernando, que passava noites na biblioteca e finais de semana estudando intensamente.

Atualmente, como promotor de Justiça em Santa Luzia do Pará, Fernando leva suas experiências e perspectivas para dentro do sistema judiciário, colaborando com colegas como Dereck Luan Vasconcelos, também indígena, do Estado do Pará. Juntos, eles têm a responsabilidade de serem agentes multiplicadores de justiça e representatividade para seu povo.

Fernando e sua história servem como inspiração para outros jovens indígenas em Mato Grosso do Sul e além. Ele enfatiza a importância de não se limitar e de perseguir sonhos com empenho e dedicação. “Sonhem, busquem, lutem e realizem”, aconselha.

Com a terceira maior população indígena do país, Mato Grosso do Sul vê na trajetória de Fernando um exemplo de que é possível alcançar posições de influência e poder, refletindo a importância de políticas públicas inclusivas e o trabalho da secretaria de Estado da Cidadania para promover a autodeterminação e a prosperidade das comunidades indígenas.

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