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General Braga Netto é preso sob acusação de tentativa de golpe e obstrução de justiça

Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa é apontado como peça-chave em plano para subverter a democracia

Por João Paulo Ferreira | 14 dezembro, 2024 - 13:00

Foto: Pedro Kirilos – Estadão

A Polícia Federal prendeu neste sábado (14), no Rio de Janeiro, o general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Jair Bolsonaro. Braga Netto foi levado de sua residência em Copacabana e será mantido sob custódia do Exército no Comando Militar do Leste. A prisão preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também autorizou buscas na casa do militar e de um ex-assessor.

Centralidade no plano golpista

Braga Netto é acusado de ser o principal mentor do plano golpista, descrito pela Polícia Federal como uma tentativa coordenada de manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Segundo as investigações, ele foi responsável por articular ações clandestinas envolvendo militares das Forças Especiais e financiar operações ilícitas. O relatório aponta que o general teria participado de reuniões estratégicas, incluindo uma em novembro de 2022, em sua residência, para aprovar os detalhes do golpe.

Entre as acusações mais graves contra o general estão o planejamento de sequestros e assassinatos de autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Além disso, ele teria tentado acessar informações confidenciais da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, para obstruir as investigações.

Histórico e papel estratégico

Natural de Belo Horizonte, Braga Netto, de 67 anos, teve uma longa carreira militar, ingressando no Exército em 1975. Foi promovido a general em 2009 e ocupou cargos de destaque, como interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro em 2018 e chefe do Comando Militar do Leste. No governo Bolsonaro, ocupou a Casa Civil e o Ministério da Defesa, ganhando influência como um dos militares mais próximos do ex-presidente. Em 2022, foi candidato a vice na chapa derrotada por Lula.

As investigações apontam que Braga Netto e o general Augusto Heleno liderariam um “gabinete de crise” para implementar o golpe. Entre os objetivos estava a anulação das eleições de 2022, a prorrogação dos mandatos dos políticos e a substituição do Tribunal Superior Eleitoral.

Evidências contra o general

O relatório da Polícia Federal, de 884 páginas, detalha o papel de Braga Netto na articulação de um núcleo de oficiais de alta patente e na coordenação de ataques públicos contra militares que resistiram ao golpe. Ele também teria financiado ações com dinheiro vivo, entregue em sacolas, para sustentar o plano.

O general é citado como “a cabeça pensante” da tentativa de golpe, que teria Bolsonaro como principal beneficiário. Segundo a PF, ele teria ordenado ações intimidatórias contra o ministro Alexandre de Moraes, incluindo mensagens interceptadas que revelam sua insatisfação com generais considerados “traidores”.

Repercussão e defesa

A defesa de Braga Netto ainda não se pronunciou após a prisão. Em novembro, quando foi indiciado, o general afirmou que “nunca houve golpe”. O STF divulgou neste sábado os documentos que fundamentaram a prisão, incluindo pareceres da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República. Moraes destacou a “gravíssima participação” de Braga Netto nos atos investigados, evidenciando sua liderança, organização e financiamento do plano.

A prisão de Braga Netto aumenta a tensão entre o núcleo militar e político próximo a Bolsonaro. Investigadores apontam que novos indiciamentos podem ocorrer, com delações premiadas de outros militares envolvidos.

Próximos passos

Braga Netto passará por audiência de custódia e continuará sob custódia do Exército. A PF e o STF seguem analisando documentos e depoimentos obtidos no inquérito, que já resultou no indiciamento de 40 pessoas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro e outros integrantes de seu governo.

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