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Com 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas, MS busca ampliar produção sustentável

Iniciativa visa recuperação de áreas para aumentar a produtividade sem desmatamento

Por João Paulo Ferreira | 21 outubro, 2024 - 11:51

Mato Grosso do Sul possui 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas que podem ser recuperadas e convertidas para diversas atividades econômicas, abrangendo 38 mil imóveis rurais. Os dados foram apresentados em uma reunião do comitê gestor do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), com participação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

Criado pelo Governo Federal em dezembro de 2022, o PNCPD tem como objetivo promover políticas públicas para a recuperação de pastagens degradadas e sua conversão em sistemas sustentáveis, visando aumentar a captura de carbono e fomentar boas práticas agropecuárias. O plano é ambicioso: recuperar e converter até 40 milhões de hectares de pastagens em todo o Brasil no prazo de dez anos.

Segundo o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, o programa representa uma iniciativa fundamental para o desenvolvimento sustentável do país. “O programa vai contribuir para a recuperação do meio ambiente, para a conservação dos solos e da água, além de aumentar a produtividade da pecuária”, destacou.

Recuperação pode dobrar área de produção sem desmatamento

O estado possui 12 milhões de hectares de pastagens degradadas, dos quais 4,7 milhões têm potencial econômico para recuperação e conversão, abrangendo atividades como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais e silvicultura. Verruck relembra que a recuperação de áreas degradadas já é um programa do governo estadual desde 1999. Desde então, 4 milhões de hectares de pastagens degradadas foram convertidos para outras finalidades, como agricultura e plantio de florestas.

O Plano Estadual de Recuperação de Pastagens tem como meta restaurar 1,167 milhão de hectares no período de 2020 a 2030, independentemente das ações federais e iniciativas de produtores rurais, que contam com linhas de crédito do Plano Safra e outros fundos para apoiar esses projetos.

“O estudo avalia as áreas em quesitos como solo, déficit hídrico, altitude, declividade e aptidão agrícola. Então, esse foi o grande avanço do estudo. Eles estratificaram essas pastagens degradadas no Estado e vamos trabalhar neste objeto de ação. Então nossa meta é recuperar 4,7 milhões de pastagens, que são de grau, médio e baixo de degradação”, explicou Verruck.

Alternativas para incrementar produção agrícola e pecuária

O levantamento realizado pelo programa mostra que, dos 4,7 milhões de hectares passíveis de recuperação, 600 mil hectares poderiam ser destinados ao cultivo de soja; 3,7 milhões de hectares para a intensificação da pecuária de corte; 1,3 milhão de hectares para a pecuária leiteira; 1,6 milhão de hectares para silvicultura; e 26 mil hectares para sistemas agroflorestais (SAF).

Um destaque do levantamento, segundo Verruck, é o potencial de conversão que pode beneficiar a agricultura familiar. “Foi identificada uma capacidade de desenvolvimento de sistemas agroflorestais em 217 mil hectares em assentamentos. Vale lembrar que isso reforça o Programa de Agricultura de Baixo Carbono na Agricultura Familiar, criado pelo Governo do Estado, que visa exatamente atender isso. Estamos trabalhando com 2 mil hectares, que podem chegar a 217 mil como aptidão”, frisou.

Recursos e financiamento para recuperação de pastagens

O programa também visa incentivar instituições financeiras e o mercado de capitais a desenvolver soluções para financiar a implementação e sustentabilidade do PNCPD. Verruck destacou que há um longo caminho para ampliar a oferta de financiamento. “Acho que com esse projeto, definimos qual é o caminho da expansão agrícola e pecuária do Estado. Qual é o caminho que nós a curto prazo vamos tomar. Esse é o primeiro ponto. O segundo, que esse estudo, ele tem que servir ao Brasil para buscar recursos, já que o processo de recuperação exige investimentos do produtor rural e hoje o Brasil necessita de linhas mais amplas e específicas para este fim”.

O secretário ainda destacou a necessidade de buscar financiamento de longo prazo, algo que ainda é carente no Brasil. “Temos apenas linhas de custeio para recuperação e elas não são suficientes. Por isso acredito que precisamos buscar uma proposta do Brasil de sustentabilidade, de recuperação de áreas degradadas. Sem usar o desmatamento. Nós temos que ir ao mercado internacional buscar linhas competitivas. Isso quer dizer maior prazo e juros baixos. Então nós temos todas as possibilidades de consolidar isso, desde que o Brasil tenha competência de trazer linhas de financiamento com taxa de juros baixas. Precisamos ter uma estratégia adequada para isso. Essa é uma questão fundamental”, concluiu.

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