Por Redação | 6 setembro, 2023 - 14:01
As equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul estão em uma corrida contra o tempo para conter três incêndios florestais que assolam o Pantanal nas regiões do Nabileque, Salobra e Paiaguás. Os combatentes já enfrentam desafios intensos, com o incêndio na ilha do Nabileque, próximo à terra indígena Kadiwéu, completando oito dias de destruição nesta quarta-feira (6).
A área em chamas, conhecida como “Carandazal”, é caracterizada por árvores frondosas que contribuem para a rápida propagação das chamas. O fogo já consumiu aproximadamente 10 mil hectares de terras, afetando diversas propriedades rurais. As equipes de bombeiros têm trabalhado incansavelmente, especialmente durante a noite, para conter o incêndio, apesar das condições climáticas desfavoráveis que favorecem a propagação das chamas.
A tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do Centro de Proteção Ambiental (CPA) do Corpo de Bombeiros Militar de MS, destacou a gravidade da situação: “Neste período de estiagem, a vegetação está muito seca. Então, quando você tem essas condições climáticas de umidade relativa baixa, temperaturas que facilmente ultrapassam os 30°C e ventos fortes de mais de 40 km/h no Pantanal, a gente tem propagação de incêndio rápida.”
O combate aos incêndios florestais é auxiliado por tecnologia avançada, incluindo o monitoramento via satélite pelo CPA, que funciona em Campo Grande, além do uso de drones para fornecer dados em tempo real e auxiliar no controle do fogo.
Desde 17 de julho, o Corpo de Bombeiros Militar de MS está em alerta para atuar em incêndios florestais no Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, biomas presentes no estado. O alerta, publicado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), resultou na suspensão das autorizações ambientais de “queima controlada” até o final do ano. Isso significa que o período atual é de cautela e monitoramento constante, permitindo uma resposta ágil das equipes em diferentes regiões do estado.
Outra área do Nabileque, próxima ao Forte Coimbra, também foi afetada pelas chamas em 7 de julho, exigindo técnicas avançadas de combate ao incêndio e tecnologia para sua extinção. A linha de fogo chegou a atingir aproximadamente 4 km de extensão e só foi controlada após dois dias de trabalho árduo.
O uso da tecnologia desempenha um papel fundamental nas ações de monitoramento e preservação do Pantanal e do Cerrado em Mato Grosso do Sul, contribuindo para a redução significativa de áreas queimadas. Um levantamento do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec), divulgado em abril deste ano, apontou uma redução de 74,7% nos focos de calor nos três biomas do estado entre 2021 e 2022, passando de 9.377 para 2.368 ocorrências. No período entre janeiro e 14 de agosto deste ano, houve uma redução de 77,6% na área queimada do Pantanal em relação a 2022.
As ações de prevenção do Corpo de Bombeiros iniciadas em maio contribuíram para uma redução de 15,15% nas ocorrências de incêndios florestais atendidas pela instituição, passando de 3.127 em 2022 para 2.653 em 2023. A tenente-coronel Tatiane Inoue atribuiu essa redução a políticas públicas, orientações à população e atividades de prevenção, além das condições climáticas menos severas neste ano. O Corpo de Bombeiros tem deslocado equipes para trabalhar preventivamente no Pantanal e em outros biomas do estado, fornecendo orientações de brigadas de combate a incêndios florestais, educação ambiental e apoio aos proprietários, comunidades locais e ribeirinhos.
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