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Mato Grosso do Sul enfrenta seca extrema em maio

Falta de chuva em 32 das 46 estações meteorológicas e baixos índices pluviométricos preocupam

Por João Paulo Ferreira | 23 maio, 2024 - 15:31

Um balanço divulgado nesta terça-feira (21) pelo Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), órgão vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), evidencia a grave situação de seca em Mato Grosso do Sul. Em 32 das 46 estações meteorológicas do estado não houve registro de chuva na primeira quinzena de maio. Nos locais onde choveu, os índices foram mínimos: em oito municípios, apenas 1% do esperado; em três, 2%. Aral Moreira apresentou o melhor resultado, com 17% da média histórica.

O Cemtec/MS também utilizou mapas georreferenciados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para ilustrar a seca no estado. As regiões Pantaneira, Norte, Central, Bolsão e Leste, pintadas de vermelho nos mapas, não registraram chuva na primeira quinzena de maio. Nas regiões Sul e Sudoeste, as chuvas foram isoladas e de baixa intensidade, com máximo de 8 milímetros em Bonito e Nioaque, 6 milímetros em Porto Murtinho, Caracol, Mundo Novo e Anastácio, e 4 milímetros na faixa de fronteira com o Paraguai e em Bodoquena.

Valesca Fernandes, coordenadora do Cemtec/MS, destaca que desde outubro do ano passado as chuvas estão abaixo da média histórica na maioria dos municípios do estado. A última chuva significativa ocorreu em 16 de abril. Desde então, sistemas secos e quentes impediram a formação de nuvens de chuva, mantendo as temperaturas acima da média. Embora o calor tenha diminuído nos últimos dias, a chuva ainda não chegou.

Emergência ambiental e incêndios

Devido à seca, o Governo de Mato Grosso do Sul declarou Estado de Emergência Ambiental em 10 de abril, válido por 180 dias, proibindo autorizações para queimadas. Pela primeira vez, foi instituída a queima prescrita, onde o estado intervém para realizar queimadas controladas e seguras, prevenindo incêndios descontrolados.

O Corpo de Bombeiros atua no Pantanal desde então, realizando queimas prescritas e combatendo incêndios em 140 propriedades com risco elevado. Foram destinados R$ 48 milhões para enfrentar a situação, com R$ 23 milhões para a Defesa Civil e R$ 25 milhões para operações do Corpo de Bombeiros. Desde janeiro, o Pantanal registrou 400 focos de calor, queimando 152.075 hectares. O maior incêndio atingiu a Serra do Amolar, abrangendo 78.825 hectares entre janeiro e março.

Escassez hídrica

A ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) declarou Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos na Região Hidrográfica do Paraguai em 14 de maio, devido à estiagem prolongada. A medida, válida até 31 de outubro, pode ser prorrogada se a situação persistir.

Em abril, o nível d’água do rio Paraguai atingiu o pior índice histórico em algumas estações de monitoramento. Isso pode impactar o abastecimento de água em cidades como Cuiabá (MT) e Corumbá (MS), além de dificultar a navegação e comprometer atividades como pesca e turismo. O rio Aquidauana está abaixo do nível de emergência desde 8 de maio, medindo 193 centímetros em 20 de maio. Na régua de Ladário, o rio Paraguai registrava 144 centímetros, quando a média histórica é 385 centímetros.

Monitor de Secas

O Monitor de Secas mostra uma situação grave em Mato Grosso do Sul. O sistema, que acompanha a seca no Brasil, usa dados de diversas instituições para entender a severidade da estiagem. Mato Grosso do Sul integra o sistema desde 2020, por meio do Cemtec/MS, e publica um boletim mensal.

Em abril, apenas partes das regiões Sul e Norte estavam fora da seca. Dos 46 municípios analisados, 33 tiveram índices de precipitação abaixo da média histórica. Jardim teve o pior acumulado, com 18,6 milímetros, 86% abaixo do esperado. Os dados de maio serão divulgados em meados de junho.

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