Por João Paulo Ferreira | 29 novembro, 2024 - 18:09
A onça-pintada Miranda, resgatada no dia 15 de agosto no município de Miranda, no Pantanal sul-mato-grossense, após sofrer queimaduras graves nas patas devido a incêndios, está plenamente adaptada ao habitat natural. Devolvida à natureza em 27 de setembro, a jovem fêmea, de cerca de dois anos, tem seus movimentos e saúde acompanhados por um colar de rastreamento equipado com GPS e VHF, instalado pelo projeto Onçafari em parceria com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
De acordo com o monitoramento, Miranda apresenta excelente estado físico e comportamental. Os dados indicam que ela alterna entre períodos de deslocamentos rápidos e pausas prolongadas, que, segundo especialistas, coincidem com momentos de caça e alimentação. Além disso, imagens de satélite reforçam o sucesso de sua reintegração, demonstrando comportamento típico de um predador em plena saúde.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, destacou que a recuperação de Miranda é um exemplo de como parcerias podem transformar situações de vulnerabilidade em histórias de sucesso. “A história de Miranda é a prova concreta de que o conhecimento técnico e parcerias sólidas permitem transformar situações de vulnerabilidade em histórias de sucesso. Acompanhamos com orgulho sua adaptação e reafirmamos nosso compromisso com a proteção da biodiversidade do Pantanal”, afirmou.
Liliam Rampim, bióloga e coordenadora do Onçafari, enfatizou o papel do esforço conjunto. “Através das informações recebidas pelo colar, é possível afirmar que ela se movimenta muito bem e explora seu território normalmente. O sucesso da recuperação e devolução da onça Miranda na natureza reforça também a importância da união de diversas instituições trabalhando em conjunto pela mesma causa, em prol do meio ambiente”, explicou.
Miranda foi resgatada após ser encontrada com dificuldades para andar, abrigada em uma manilha. A operação de resgate envolveu o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), Gretap, Ibama e a PMA (Polícia Militar Ambiental), totalizando 26 horas de trabalho até sua chegada ao CRAS, em Campo Grande. Lá, ela passou por 43 dias de tratamento intensivo, com curativos diários e sessões de ozonioterapia, além de uma dieta reforçada de até 5 kg de carne por dia.
Após ser liberada do Hospital Veterinário Ayty, Miranda foi solta em uma área estrategicamente selecionada no Pantanal, com condições ideais para sua readaptação.
O caso de Miranda é um marco para a preservação da fauna pantaneira e destaca a importância de ações integradas no enfrentamento de desastres ambientais. “O caso reforça a necessidade de esforços contínuos para garantir que animais afetados por eventos adversos possam receber uma segunda chance de viver em liberdade, contribuindo para a conservação das espécies no Pantanal”, concluem os especialistas.
2 dezembro, 2024
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