Por João Paulo Ferreira | 6 setembro, 2024 - 9:44
A seca prolongada em Mato Grosso do Sul tem agravado os incêndios florestais, impactando os principais biomas do estado: Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica. O Corpo de Bombeiros de MS (CBMMS), em conjunto com outros órgãos, intensifica ações permanentes de combate ao fogo. As dificuldades são evidentes, principalmente no Pantanal, onde a redução das áreas alagadas, somada à seca extrema, dificulta o controle das chamas.
A situação foi destacada pelo Governo do Estado em transmissão ao vivo na última quinta-feira (5), durante o boletim semanal da Operação Pantanal 2024. Márcio Yule, coordenador do Prevfogo/MS, apontou que a seca de quase um ano no Pantanal compromete as operações. “A vegetação está seca, com altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar. Isso interfere nas estratégias, nas técnicas e na quantidade de recursos necessários para o combate a incêndio”, disse Yule.
Os focos de incêndio estão ativos em diversas regiões do estado, como São Gabriel do Oeste, Miranda e Corumbá, com monitoramento também em áreas de preservação, como o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari. A complexidade do cenário exige, segundo Yule, mais que recursos financeiros: “Só recurso não vai resolver o problema. O manejo integrado do fogo e a queima prescrita têm que envolver a conscientização das pessoas para não acenderem fogo no período proibido”.
Mesmo com a chegada de uma frente fria nesta quinta-feira (5), a previsão climática para os próximos dias é desfavorável. Valesca Fernandes, meteorologista do Cemtec, alertou para o aumento das temperaturas entre 38°C e 43°C e a baixa umidade relativa do ar, que pode chegar a 5%, criando condições atmosféricas ideais para a ocorrência de novos incêndios.
Além do combate ao fogo, o CBMMS também tem realizado resgates de animais, muitos deslocados por causa das queimadas. Segundo a tenente-coronel Tatiane Inoue, os bombeiros contam com o apoio do Grupo de Resgate Técnico de Animais (Gretap) para salvar os animais que necessitam de cuidados. “São diversos resgates que esse grupo realiza em situações de desastres”, afirmou Inoue.
Essa combinação de seca prolongada, calor intenso e baixa umidade, junto à necessidade de manejar grandes áreas, torna o desafio de combater os incêndios em Mato Grosso do Sul ainda mais crítico, exigindo esforços contínuos e integrados das equipes envolvidas.
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