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VÍDEO: Chuva finalmente chega e alivia incêndios no Pantanal

Precipitação temporária ajuda no controle das chamas, mas ventos e calor mantêm o risco elevado

Por João Paulo Ferreira | 8 agosto, 2024 - 18:04

Foto: Bruno Rezende

A chuva de 20 mm que começou na madrugada desta quinta-feira (8) trouxe um alívio temporário para as áreas atingidas por incêndios florestais no Pantanal, Mato Grosso do Sul. A precipitação ajudou a reduzir a temperatura e extinguir alguns focos de incêndio em regiões como Albuquerque, Miranda e Abobral. No entanto, em locais como a fazenda Santa Clara, os ventos fortes continuam a representar um risco significativo, apesar da queda na temperatura e do aumento da umidade.

Segundo a coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Valesca Fernandes, a chuva acumulada já chega a 20 mm, um valor significativo considerando a longa estiagem enfrentada na região. “Ontem (7) ao meio-dia fez 37,3°C em Corumbá, mas agora [às 10h desta quinta] está 16°C. A última chuva significativa no município aconteceu em 16 de abril, então são praticamente quatro meses de muita seca,” explicou Valesca.

Nas regiões afetadas, como na fazenda Cáceres e Nabileque, a chuva contribuiu para o controle do fogo, enquanto na fazenda Tupanceretã, onde um caminhão em chamas provocou um incêndio de grandes proporções, atingindo mais de 270 mil hectares, a queda na temperatura e os indícios de chuva melhoraram significativamente as condições para as equipes de combate.

O trabalho do Corpo de Bombeiros na quarta-feira (7) foi intenso e distribuído em várias localidades, especialmente na região do Salobra, às margens da BR-262, entre Miranda e Corumbá. Ali, oito equipes de bombeiros de Mato Grosso do Sul, juntamente com bombeiros do Paraná, trabalharam arduamente na Operação Pantanal 2024. A área de atuação se concentrou ao longo de aproximadamente 15 quilômetros, onde as chamas eram mais intensas.

A tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, relatou que a fumaça densa e a fuligem na rodovia levaram à suspensão temporária do tráfego, com apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal). “O incêndio florestal no Pantanal sul-mato-grossense atingiu as margens da rodovia. As nossas equipes fizeram a segurança e o combate. Se você precisar trafegar por aqui, muita atenção. Está extremamente perigoso,” alertou Inoue.

Os ventos fortes e as altas temperaturas complicaram ainda mais o cenário, impossibilitando a atuação das aeronaves de combate aéreo. “Para a proteção das pessoas que trafegam na rodovia foi necessário fazer várias interrupções do tráfego. Fizemos o combate direto, com veículos autotanque e com autobomba tanque florestal,” explicou o capitão Hamad Pereira, que coordenava as equipes em solo.

A força do vento, as altas temperaturas e a fumaça densa dificultaram não só o combate ao fogo, mas também a respiração da população e dos combatentes, além de prejudicar a visibilidade. Cassius Marodin, piloto que atua na CGPA (Coordenaria Geral de Policiamento Aéreo), revelou as dificuldades enfrentadas: “Devido ao vento e o incêndio ao norte de Corumbá, a fumaça acabou condensando. Nestes casos, a gente tem que voar mais baixo, reduzido. Os aviões de combate a incêndio, nesse momento, não conseguem voar, ficam em solo diante dessa condição.”

Tenente-coronel e piloto da PM (Polícia Militar) do Estado, Amador Colletes, acrescentou que o combate a incêndios exige voos diferenciados, e os fatores climáticos acabam influenciando significativamente o trabalho. “A alta temperatura, a densidade e a visibilidade, isso tudo é alterado por questões do fogo. Faz com que o piloto tenha que ter uma atenção redobrada, porque voamos um pouco mais baixo e mais lento. Precisamos tomar cuidado com as aves. Isso gera uma maior preocupação. Nós temos as aeronaves de combate a incêndio e também utilizamos o recurso do ‘helibalde’ com helicópteros, o que facilita chegar próximo aos pontos de incêndio,” complementou Colletes.

Com o apoio da Força Nacional e de bombeiros de diversos estados do Brasil, o trabalho de combate aos incêndios no Pantanal já completa 129 dias. “Toda a nossa corporação está voltada às atividades no Pantanal. Solicitamos apoio de outras corporações com especialistas porque a nossa área é muito extensa e de difícil acesso,” disse Tatiane Inoue.

A Operação Pantanal 2024 conta com a colaboração de diversas agências, incluindo a Força Nacional, Corpo de Bombeiros de outros estados, Força Aérea Brasileira, Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, PrevFogo/Ibama e ICMBio. O investimento de Mato Grosso do Sul na estrutura de combate ao fogo no bioma passa dos R$ 50 milhões. Já o Governo Federal liberou recentemente R$ 137 milhões para reforçar os esforços.

Em um vídeo gravado na Ecolândia, o biólogo Gustavo Figueiroa, diretor do instituto SOS Pantanal, expressou alívio com a chegada da chuva, mas destacou que o problema está longe de ser resolvido. “Estamos aqui no Pantanal sul, na Ecolândia, e a chuva chegou, graças a Deus. Nem parece que é verdade essa chuva depois de tanto tempo que a gente lutou pra segurar essa frente de fogo, mas não se enganem, essa chuva não vai resolver a situação. Vai ser um alívio muito bom, vai ajudar demais a controlar as frentes de fogo, mas assim que essa frente fria com a chuva passar e as temperaturas voltarem a esquentar, a situação pode piorar novamente,” afirmou Figueiroa.

Ele ressaltou ainda o esforço contínuo dos moradores, fazendeiros, proprietários de terra e das equipes do Ibama, Corpo de Bombeiros e Exército, que enfrentam uma batalha incansável contra os incêndios. “Enfim, chuva no Pantanal. E venha mais água,” concluiu.

Embora a chuva tenha proporcionado um alívio momentâneo, o Pantanal continua a enfrentar desafios significativos devido às condições climáticas adversas. O combate aos incêndios permanece intenso, com a necessidade de um esforço contínuo e coordenado de várias forças para proteger este importante bioma.

Confira o vídeo de Gustavo Figueiroa:

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