Por João Paulo Ferreira | 9 setembro, 2024 - 14:24
No último sábado (7), a severa seca no Rio Paraguai, no trecho do Porto Geral em Corumbá, a 417 km de Campo Grande, chamou atenção ao se juntar à paisagem já encoberta pela densa fumaça das queimadas na região.
A gravidade da situação impressiona até mesmo moradores antigos, como o engenheiro agrônomo Miguel Roberto Mansur Bumlai, que vive há mais de 50 anos no Pantanal. Miguel registrou o cenário crítico no tradicional ponto turístico da cidade e relatou sua surpresa com o nível extremamente baixo do rio.
Segundo ele, as margens, que costumavam ter cerca de dois metros até a barreira do porto, recuaram drasticamente. Miguel caminhou aproximadamente 80 metros entre o muro do Porto e o ponto onde começa a parte mais seca do rio. “No Dia da Pátria, o estado do Rio Paraguai é crítico. Nunca vi algo assim em cinco décadas vivendo aqui. Além da seca, há uma grande quantidade de lixo. Se não chover nas cabeceiras, a situação pode piorar. É desolador ver isso, e as pessoas ainda são descuidadas, deixando sujeira para trás”, lamentou.
Às margens do rio, latas, garrafas e sacolas plásticas são frequentemente vistas, enquanto barcos se afastam, temendo encalhar devido ao nível extremamente baixo da água.
Seca histórica atinge o Pantanal
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), a bacia hidrográfica do Pantanal enfrenta uma das piores secas de sua história. Dos 21 medidores de nível de água no Mato Grosso do Sul, 18 registram níveis abaixo do esperado.
Em Ladário, o medidor indicou -25 cm na sexta-feira (6), quando o normal seria 3,53 metros. Em Porto Esperança e Forte Coimbra, também em Corumbá, os níveis são ainda mais alarmantes, com -93 cm e -150 cm, respectivamente.
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