Mato Grosso do Sul reafirmou sua liderança no setor agropecuário durante o VII Fórum Estadual do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA), realizado no dia 26, em Campo Grande. O evento destacou os avanços e desafios do estado rumo à certificação internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação, prevista para maio de 2025 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Representantes do governo e especialistas apontaram estratégias para consolidar o status sanitário, considerado essencial para a expansão de mercados.
Estruturação e impacto econômico
O secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), enfatizou que o estado tem cumprido os requisitos para a certificação. “Cumprimos etapas essenciais com investimentos em tecnologia, vigilância, educação sanitária, aquisição de veículos, concursos públicos e um novo sistema de gestão. Isso demonstra nosso compromisso com a qualidade e segurança da pecuária”, afirmou.
Verruck destacou ainda o impacto econômico da conquista: “Essa certificação abrirá novos mercados não apenas para a bovinocultura, mas também para a suinocultura. Mato Grosso do Sul será uma referência internacional, consolidando nossa competitividade no mercado global”.
Especialistas discutem desafios
Durante o Fórum, Geraldo Marcos de Moraes, do MAPA, abordou os desafios do reconhecimento internacional em sua palestra sobre a certificação de zonas livres de febre aftosa. Ele ressaltou a necessidade de fortalecer a vigilância, modernizar serviços e garantir uma comunicação eficaz. “O Brasil tem práticas eficientes de biossegurança, mas o trabalho conjunto entre estados e governo federal é indispensável”, disse Moraes.
Ângela Nunes Boni, da Iagro, reforçou o papel dos produtores rurais. “A agilidade na notificação de suspeitas e a adoção de boas práticas sanitárias são pilares para prevenir surtos”, pontuou, destacando ações de capacitação que têm ampliado a conscientização no campo.
O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, apresentou inovações tecnológicas implementadas no Centro de Controle e Operação (CCO), como o aplicativo APP Transportador, que permite maior rastreabilidade no trânsito animal. “Estamos utilizando tecnologias como georreferenciamento e Business Intelligence para otimizar nossas operações”, explicou Ingold.
Perspectivas para o futuro
Verruck reforçou que a certificação será um marco, mas alertou sobre a importância de manter o sistema implantado. “Alcançar o status de área livre de febre aftosa é só o começo. Precisamos garantir sua evolução para ampliar mercados e consolidar nossa posição no setor pecuário”, concluiu.
Além das palestras, o evento contou com a participação de lideranças como o vice-presidente da Acrissul, Dácio Queiroz Silva, e representantes da Famasul, SFA/MS e Semadesc.