O avião que explodiu ao ultrapassar a pista durante tentativa de pouso em Ubatuba, litoral paulista, na manhã desta quinta-feira (9), pertence à família Fries, atuante no agronegócio em Goiás e Mato Grosso do Sul. A aeronave PR-GFS está registrada na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em nome de Nelvo Fries e outros membros da família, incluindo Maria Gertrude Fries, Mireylle Fries, Celso Fries, Leyna Fries e Crystopher Fries.
Nelvo Fries, que não estava entre os ocupantes no momento do acidente, foi investigado na Operação Grãos de Ouro, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em Mato Grosso do Sul em 2018. Ele foi acusado de fraudes no recolhimento de ICMS no setor agrícola, com supostos ganhos ilícitos de R$ 44 milhões por meio de sonegação fiscal.
Na época, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 423 milhões em bens de Fries, decisão posteriormente reduzida à indisponibilidade de uma fazenda em Costa Rica, no norte do Mato Grosso do Sul, avaliada em R$ 51 milhões. O processo criminal segue na 1ª Vara Criminal de Campo Grande, com audiências agendadas para maio e junho deste ano.
Acidente aéreo em Ubatuba
A aeronave decolou de Mineiros, em Goiás, e tentou pousar em Ubatuba em condições meteorológicas desfavoráveis, com pista molhada e chuva, segundo a administradora do aeroporto local, Rede Voa. Durante o pouso, o avião ultrapassou os limites da pista e colidiu na Praia do Cruzeiro, resultando em uma explosão.
Cinco pessoas estavam a bordo. O piloto Paulo Seghetto foi resgatado com vida, mas não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. Os passageiros incluíam Mireylle Fries, filha de Maria Gertrude Fries, o genro Bruno Almeida Souza e dois netos da fazendeira. Todos foram socorridos, e a Santa Casa de Ubatuba informou que os feridos permanecem estáveis.
Uma pessoa que estava na praia foi atingida por destroços e sofreu fratura, recebendo atendimento do Samu. A identidade das vítimas e o estado de saúde atual dos envolvidos ainda não foram totalmente divulgados.