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Filme brasileiro ‘Ainda Estou Aqui’ é indicado a melhor filme no Oscar 2025

Produção também concorre a melhor filme internacional e Fernanda Torres disputa como melhor atriz

23/01/2025 às 10h46
Por: João Paulo Ferreira
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Filme brasileiro ‘Ainda Estou Aqui’ é indicado a melhor filme no Oscar 2025

O filme brasileiro Ainda Estou Aqui fez história ao ser indicado ao Oscar 2025 na categoria de melhor filme, além de concorrer como melhor filme internacional. A produção baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva também trouxe uma indicação para Fernanda Torres como melhor atriz, consolidando sua relevância na premiação.

A obra, dirigida por André Ristum, é uma adaptação do livro publicado em 2015 e narra a trajetória de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres. Eunice enfrentou o regime militar após a prisão e desaparecimento de seu marido, o deputado cassado Rubens Paiva, vivido por Selton Mello. A trama mergulha nos desafios e na força de Eunice durante os anos de repressão, destacando um período crucial da história brasileira.

Reconhecimento da crítica internacional

O filme alcançou 94% de aprovação no site Rotten Tomatoes, recebendo o selo "Fresh" e atraindo a atenção de críticos estrangeiros. Segundo o colunista Roberto Sadovski, de Splash, Ainda Estou Aqui representa a força de uma narrativa brasileira que conquistou o público e a crítica mundial.

O longa enfrentará concorrentes de peso na categoria de melhor filme, como Anora, O Brutalista, Um Completo Desconhecido, Conclave, Duna: Parte 2, Emilia Pérez, Nickel Boys, A Substância e Wicked.

Cerimônia no domingo de Carnaval

A cerimônia do Oscar está marcada para 2 de março e será transmitida no Brasil pela TNT e pela plataforma Max, a partir das 21h. O anúncio dos indicados, originalmente previsto para 17 de janeiro, foi adiado devido aos incêndios que atingiram Los Angeles, sendo divulgado apenas em 23 de janeiro.

História de Eunice Paiva inspira o filme

Eunice Paiva, nascida em São Paulo em 1929, foi uma figura de destaque na luta contra a ditadura militar no Brasil. Casada com Rubens Paiva, ela viu sua vida mudar drasticamente com o golpe militar de 1964, que cassou os direitos políticos de seu marido. Em janeiro de 1971, Rubens foi preso em casa no Leblon e nunca mais foi visto.

Após também ser detida por 12 dias no DOI-Codi, Eunice iniciou uma busca incansável por respostas sobre o paradeiro de seu marido. Ela enviou cartas a diversas autoridades, exigindo informações, mas recebia respostas contraditórias. Anos depois, Eunice se tornou um símbolo da luta pela verdade e pela abertura de arquivos do regime militar.

Eunice foi uma das principais forças por trás da Lei 9.140/95, que reconheceu como mortas as pessoas desaparecidas durante a ditadura. Em 1996, conseguiu o atestado de óbito oficial de Rubens Paiva, após 25 anos de busca. Em 2012, uma ficha do DOI-Codi confirmou a entrada de Rubens na unidade, evidenciando seu assassinato.

Eunice conviveu com Alzheimer por 14 anos e faleceu em 2018, aos 86 anos. Sua história, marcada por coragem e determinação, é um dos pilares da narrativa de Ainda Estou Aqui.

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