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Papy defende fiscalização do transporte público e pede cautela na abertura da CPI

Presidente da Câmara reforça que apuração deve seguir critérios técnicos e destaca compromisso com a transparência

05/02/2025 às 09h10
Por: João Paulo Ferreira
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Foto: Eliza Mustafa
Foto: Eliza Mustafa

A possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Consórcio Guaicurus continua movimentando os bastidores da Câmara Municipal de Campo Grande. Na última terça-feira (4), o vereador Júnior Coringa (MDB) afirmou ao Portal O Sul-mato-grossense que já conta com o compromisso de 10 vereadores para dar início à investigação. O requerimento, no entanto, ainda está em fase de finalização jurídica e será protocolado oficialmente apenas após o dia 20 de fevereiro.

Diante desse cenário, o presidente da Câmara, vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy (PSDB), se manifestou em entrevista exclusiva ao Portal O Sul-mato-grossense sobre o andamento da investigação e os desafios para garantir uma apuração eficaz. Papy defendeu que a fiscalização do transporte público é uma prioridade, mas destacou que qualquer investigação deve ser conduzida com responsabilidade e dentro dos critérios técnicos exigidos.

"Nosso objetivo é pôr luz no transporte coletivo. Independente de ser contra o Consórcio ou contra a Prefeitura, queremos resolver a vida de quem pega ônibus. Esse é o nosso principal interesse", afirmou o presidente da Câmara.

Perícia judicial e trâmites necessários

Papy explicou que, antes da CPI ser instaurada, é fundamental cumprir etapas técnicas para que o pedido não seja rejeitado. "Primeiro, precisamos ter um objeto claro a ser investigado. Apesar de haver muitas reclamações, sem um fato determinado, a CPI nem passa pela Procuradoria da Casa", explicou.

Ele também mencionou a importância de aguardar a conclusão da perícia judicial sobre o equilíbrio econômico do contrato do Consórcio Guaicurus. "Essa perícia vai determinar se há de fato um prejuízo ou não. Ela está em andamento desde o ano passado e vai trazer informações concretas sobre a tarifa técnica, que é uma parte da passagem paga pela Prefeitura. Se a Prefeitura não está cumprindo essa obrigação, isso precisa ser esclarecido", disse.

Compromisso com a fiscalização

O presidente da Câmara destacou que a fiscalização sobre o transporte coletivo é uma demanda constante dos vereadores e que o tema é levado a sério no Legislativo. "Todos os vereadores recebem dezenas de reclamações sobre o transporte público. A maioria aqui veio de escola pública, andou de ônibus a vida inteira. Nossa preocupação é garantir um transporte melhor para a população", afirmou.

Para Papy, a questão central não é impedir a CPI, mas sim garantir que ela tenha um objetivo concreto e gere resultados. "Queremos ser assertivos. Para isso, é preciso respeitar o passo a passo do nosso trabalho de fiscalização", afirmou.

Outras medidas para melhorar o transporte público

Além da CPI, Papy ressaltou que a Câmara precisa adotar outras medidas para atender os anseios da população. "Precisamos trazer mais transparência, melhorar a qualidade, a pontualidade, o preço do serviço. Tudo isso deve ser investigado e colocado às claras para que as pessoas entendam se o problema está no Consórcio, na Prefeitura ou em outro ponto da operação", disse.

Ele também defendeu que qualquer apuração sobre o transporte público deve focar na busca por soluções concretas. "Se a CPI trouxer um resultado que realmente resolva o problema, eu estou 100% dentro. Mas não podemos precipitar as coisas e cair no descrédito com a população. Há 20 anos se fala de CPI do transporte coletivo e nada se resolve. Precisamos agir com seriedade", finalizou.

CPI já tem assinaturas, mas aguarda formalização

A manifestação de Papy ocorre um dia após o vereador Júnior Coringa afirmar ao Portal O Sul-mato-grossense que já obteve o compromisso de 10 vereadores para a abertura da CPI. O requerimento, no entanto, ainda está sendo finalizado juridicamente e só será protocolado oficialmente após o dia 20 de fevereiro. Com isso, a investigação sobre o Consórcio Guaicurus ainda depende dos trâmites internos da Câmara, que definirão os próximos passos da apuração.

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