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Vanessa denunciou agressão horas antes de ser morta; as medidas ofertadas pelo Estado são suficientes para frear os casos de feminicídio?

Vanessa Ricarte chegou a denunciar agressão antes do crime fatal

13/02/2025 às 06h47 Atualizada em 13/02/2025 às 07h49
Por: Redação
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Vanessa denunciou agressão horas antes de ser morta; as medidas ofertadas pelo Estado são suficientes para frear os casos de feminicídio?

A jornalista e servidora pública Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi assassinada a facadas pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, na tarde desta quarta-feira (12). O crime ocorreu na residência da vítima, no Bairro São Francisco. Horas antes, Vanessa havia registrado um boletim de ocorrência contra o agressor e solicitado uma medida protetiva.

De acordo com a polícia, a vítima procurou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) na madrugada do mesmo dia, após ser agredida pelo ex-companheiro. No período da tarde, voltou ao imóvel onde morava com Caio, acompanhada de um amigo, para buscar seus pertences. Foi nesse momento que o agressor a atacou com três facadas no tórax. Socorrida e levada ao hospital, Vanessa não resistiu aos ferimentos.

O caso reacende o debate sobre a funcionalidade e a eficácia da medida protetiva, um recurso jurídico que busca garantir a segurança de mulheres em situação de violência doméstica. Prevista na Lei Maria da Penha, a medida determina restrições ao agressor, como proibição de aproximação e contato. No entanto, sua aplicação depende, em grande parte, do cumprimento voluntário pelo agressor ou da rápida resposta policial diante de qualquer violação.

Especialistas apontam que, embora a medida protetiva seja um avanço no combate à violência de gênero, sua efetividade está diretamente ligada à fiscalização e à existência de mecanismos mais rígidos de proteção. O uso de tornozeleiras eletrônicas para monitoramento de agressores e a ampliação de patrulhas especializadas são algumas das soluções defendidas para fortalecer o cumprimento dessas ordens judiciais.

Vanessa Ricarte se torna mais um nome em uma estatística alarmante: o feminicídio no Brasil segue em crescimento. O caso levanta uma questão urgente: medidas legais são suficientes para impedir a escalada da violência? Ou é preciso um investimento mais robusto em políticas públicas que garantam a proteção real das vítimas?

A tragédia de Vanessa reforça um dilema doloroso e ainda sem resposta definitiva: quando a proteção falha, qual é o próximo passo?

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