O ex-coordenador da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Paulo Henrique Muleta Andrade, foi preso pela segunda vez na manhã desta segunda-feira (10). A ação integra a Operação Occulto, desencadeada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc). Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande e Camapuã.
As investigações apontam que, desde 2021, o ex-coordenador e outros envolvidos utilizavam empresas de fachada para simular vendas de produtos à rede pública de saúde, desviando R$ 8.066.745,25 que deveriam ser destinados a pacientes ostomizados. O grupo é acusado de ocultar a movimentação dos recursos, incorrendo em lavagem de dinheiro. Em um dos episódios, um investigado teria afastado cerca de R$ 500 mil mesmo após determinação judicial de bloqueio de bens, configurando obstrução da justiça.
Paulo Henrique já havia sido preso em dezembro de 2023, na Operação Turn Off, sob acusação de participar de outros desvios de verbas públicas. Ele foi afastado de suas funções em novembro do mesmo ano e denunciado pelo crime de corrupção passiva, com a denúncia aceita pela Justiça em junho de 2024. As autoridades destacam que ele requereu cidadania italiana, possivelmente para deixar o país, o que ajudou a motivar esta nova etapa das investigações.
O nome “Occulto” faz referência direta às ações para esconder o destino do dinheiro desviado, bem como à tentativa de evasão. A Apae, por sua vez, é considerada vítima do esquema criminoso. Segundo apuração, a instituição conta com um departamento de compliance que vem auxiliando as autoridades desde as primeiras denúncias.
Não houve manifestação pública por parte da defesa de Paulo Henrique até o momento.