O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou publicamente na última terça-feira (18) ao comentar a decisão de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de se licenciar da Câmara dos Deputados e permanecer nos Estados Unidos. Em dois discursos, Bolsonaro afirmou que a saída do filho é um "sacrifício" e que Eduardo teria se afastado do país para "combater o nazifascismo" no Brasil.
O ex-presidente participou de um evento sobre o Holocausto no Senado Federal e, visivelmente emocionado, declarou que o Brasil enfrenta um avanço do "nazifascismo". Sem citar nomes, ele atribuiu a saída do filho a uma suposta perseguição política e responsabilizou a Justiça brasileira pela situação. "O afastamento de um filho... Mas um filho que se afasta mais do que por um momento de patriotismo. Se afasta para combater algo parecido com o nazifascismo que cada vez mais avança em nosso país", afirmou.
Durante a coletiva, Bolsonaro também exaltou o ex-presidente norte-americano Donald Trump e disse ter "gratidão" pelo apoio oferecido a Eduardo nos Estados Unidos. "Tenho um profundo respeito, admiração e gratidão por Donald Trump. Sei que, no momento, ele continuará abraçando o meu filho", declarou.
Eduardo Bolsonaro está nos EUA desde 27 de fevereiro e, na mesma coletiva, Jair Bolsonaro indicou que a estadia pode ser prolongada. O deputado justificou sua licença parlamentar alegando perseguição política e declarou que buscará apoio internacional contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo brasileiro.
A saída de Eduardo Bolsonaro ocorre poucos dias antes da expectativa de que o STF decida se Jair Bolsonaro se tornará réu no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. Nos últimos dias, o ex-presidente organizou manifestações para pedir anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.