O Governo de Mato Grosso do Sul deu início a uma força-tarefa emergencial no Pantanal para localizar a onça-pintada responsável pela morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, na região de Aquidauana. A operação, coordenada pela Polícia Militar Ambiental (PMA), conta com o apoio do pesquisador Gediendson Ribeiro de Araújo, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), especialista em manejo de grandes felinos.
As buscas se concentram na região conhecida como Touro Morto, onde o ataque aconteceu na manhã da última segunda-feira (21). O principal objetivo é identificar corretamente o animal envolvido, capturá-lo e transferi-lo para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande. Lá, a onça passará por exames clínicos e será avaliada do ponto de vista comportamental.
As condições no local têm dificultado o trabalho das equipes. As chuvas intensas elevaram o nível dos rios e tornaram o acesso à mata fechada ainda mais desafiador, exigindo uma logística cuidadosa. Outro fator que complica a operação é a presença de outros indivíduos da espécie na mesma área, o que exige precisão na identificação antes de qualquer tentativa de contenção.
De acordo com a PMA, partes do corpo de Jorge foram encontradas perto de pegadas de onça. Em buscas posteriores, outros restos mortais foram localizados em uma toca a cerca de 300 metros dali, reforçando a suspeita de que ele foi atacado e arrastado pelo animal.
O sepultamento de Jorge Avalo aconteceu nesta quarta-feira (23), em Anastácio (MS), em meio a muita comoção. Por conta do estado do corpo, o caixão precisou ser lacrado e não houve cerimônia de velório.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) informou que a ação segue todos os protocolos oficiais de manejo de fauna em situações de conflito com grandes predadores. A prioridade, segundo o órgão, é garantir a segurança da população local sem colocar em risco a conservação da biodiversidade pantaneira.