A onça-pintada capturada em Aquidauana (MS), poucos dias depois do ataque que resultou na morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, não será devolvida à natureza. O felino, um macho adulto com cerca de 94 quilos, está sob os cuidados do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, onde passa por exames clínicos e avaliações comportamentais.
Jorge Ávalo foi atacado no dia 21 de abril, em uma propriedade rural na região do Touro Morto. Três dias depois, na madrugada do dia 24, a onça foi localizada nas proximidades, durante uma operação da Polícia Militar Ambiental (PMA) que envolveu armadilhas e drones. Segundo a corporação, o animal apresentava sinais de desidratação e possíveis lesões internas, indicando um quadro de debilidade.
Apesar de não haver confirmação de que se trata do mesmo animal envolvido no ataque, a localização e o comportamento agressivo levantaram suspeitas. Até agora, porém, não há provas conclusivas que liguem diretamente a onça capturada à morte de Ávalo.
Após o período de recuperação, o felino será integrado ao Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). O programa busca preservar exemplares da espécie em cativeiro, reduzir riscos a populações humanas e contribuir para a manutenção da diversidade genética dos felinos.
Enquanto isso, as investigações seguem em andamento. Equipes da PMA continuam monitorando a região, e novas informações podem ser divulgadas nos próximos dias, conforme o avanço das apurações.