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Violência contra mulheres explode em MS: Mais de 7 mil casos e 8 feminicídios só em 2025

Campo Grande lidera em número de ocorrências; Especialistas cobram ações mais efetivas para conter a escalada da violência

João Paulo Ferreira
Por: João Paulo Ferreira
05/05/2025 às 15h27 Atualizada em 05/05/2025 às 15h36
Violência contra mulheres explode em MS: Mais de 7 mil casos e 8 feminicídios só em 2025

Mato Grosso do Sul começa 2025 com um dado que escancara a face mais cruel da violência: mais de 7 mil mulheres já foram vítimas de agressões dentro de casa apenas nos quatro primeiros meses do ano. Isso dá uma média assustadora de 60 casos por dia — uma mulher agredida a cada 24 minutos.

Os números foram divulgados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e colocam Campo Grande no topo da lista, com 2.260 registros. A capital concentra sozinha 31% de todas as ocorrências do estado. Em seguida, aparecem Dourados, Três Lagoas e Corumbá, também com índices que preocupam.

E o dado mais trágico: oito mulheres foram assassinadas em crimes classificados como feminicídio no mesmo período. Mortes que, em muitos casos, poderiam ter sido evitadas.

Apesar de programas como o Mulher Segura e o trabalho das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), a sensação é de que os avanços ainda não têm sido suficientes. A violência continua a invadir os lares sul-mato-grossenses sem encontrar resistência à altura.

Para especialistas e entidades que atuam na defesa dos direitos das mulheres, é preciso muito mais que boas intenções. Eles cobram investimentos consistentes em políticas públicas, capacitação constante dos profissionais que atuam na linha de frente, cumprimento rigoroso das medidas protetivas e ampliação de redes de apoio e acolhimento às vítimas.

A própria Sejusp reconhece o desafio. A pasta afirma que tem intensificado ações de monitoramento e suporte às vítimas, mas admite que o número de ocorrências exige uma resposta mais coordenada e robusta entre todas as esferas do poder público.

Enquanto isso, mulheres seguem vivendo com medo — dentro do espaço que deveria ser o mais seguro: o próprio lar.

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