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Campo Grande, MS

Projeto quer banir o termo “gratuito” em ações financiadas com dinheiro público em Campo Grande

Proposta levanta debate sobre transparência e a forma como o poder público comunica o uso dos impostos

João Paulo Ferreira
Por: João Paulo Ferreira
05/05/2025 às 15h55 Atualizada em 05/05/2025 às 16h10
Projeto quer banir o termo “gratuito” em ações financiadas com dinheiro público em Campo Grande
Luísa Sonza em show do MS ao Vivo 2025, neste domingo (4), em Campo Grande. Evento foi divulgado como “gratuito” e bancado com verba pública – Foto: Daniel Reno

Um projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal de Campo Grande quer mudar a forma como eventos e serviços públicos são divulgados pela administração municipal. A proposta, de autoria do vereador Rafael Tavares (PL), busca proibir o uso do termo “gratuito” em qualquer comunicação institucional relacionada a ações custeadas com recursos públicos.

O texto já foi protocolado na Casa, e o vereador deve solicitar regime de urgência para a votação nesta terça-feira (6). Com isso, a proposta pode avançar mais rapidamente pelas etapas de análise legislativa.

Se aprovada, a medida obrigará órgãos e entidades ligadas à Prefeitura a utilizarem expressões como “financiado com impostos municipais” ou “mantido com recursos dos contribuintes”, com o objetivo de explicitar que, embora não haja cobrança direta, os custos são arcados pela população por meio da arrecadação de tributos.

“O objetivo é trazer mais transparência. Quando se anuncia algo como gratuito, parece que ninguém está pagando, mas esse dinheiro sai do bolso do cidadão”, argumenta o vereador.

O projeto prevê sanções administrativas para casos de descumprimento. Na primeira infração, o responsável poderá ser advertido formalmente. Em caso de reincidência, poderá ser aplicada multa de até 5% sobre o valor da campanha publicitária em questão.

Segundo Tavares, a intenção não é impedir a realização de eventos acessíveis à população, mas sim corrigir o que considera uma distorção na forma de comunicar o uso do dinheiro público. “A população tem o direito de saber como os impostos estão sendo utilizados”, afirma.

Caso aprovado em plenário e sancionado pelo Executivo, o texto prevê um prazo de 90 dias para regulamentação antes de entrar em vigor. A proposta já começa a movimentar opiniões dentro e fora do Legislativo, com apoiadores e críticos se posicionando sobre os impactos da possível mudança na comunicação institucional.

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