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UFMS busca crianças com autismo para testar tratamento natural que pode melhorar a socialização

Estudo gratuito com hesperidina, substância extraída de frutas cítricas, busca voluntários de 2 a 13 anos para nova fase de ensaio clínico em Campo Grande

João Paulo Ferreira
Por: João Paulo Ferreira
16/05/2025 às 13h57 Atualizada em 19/05/2025 às 15h12
UFMS busca crianças com autismo para testar tratamento natural que pode melhorar a socialização
Crianças com TEA são acompanhadas por profissionais em atividades terapêuticas durante o ensaio clínico da UFMS, que investiga os efeitos da hesperidina na socialização. Imagem meramente ilustrativa, gerada por inteligência artificial

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) está em busca de voluntários muito especiais: crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A proposta? Testar uma substância natural que pode melhorar significativamente a socialização e o comportamento de jovens com autismo.

O ensaio clínico, coordenado pelo médico e professor Durval Batista Palhares, acontece em Campo Grande e quer avaliar os efeitos da hesperidina — um composto presente nas frutas cítricas, conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. A pesquisa é voltada para participantes de 2 a 13 anos, estejam eles em tratamento medicamentoso ou não.

A ideia do estudo surgiu em 2019, quando o professor observou melhoras inesperadas em crianças com TEA que tomaram um medicamento com hesperidina para tratar outra condição. Desde então, Palhares estruturou um protocolo científico, conseguiu todas as aprovações éticas necessárias e iniciou os testes com a substância.

A primeira fase, realizada antes da pandemia, reuniu 19 crianças. Dez receberam a hesperidina e, segundo o pesquisador, todas apresentaram avanços notáveis na interação social — sem efeitos colaterais relevantes.

Agora, a UFMS quer ampliar o estudo e precisa de 40 novos voluntários. Durante quatro meses, os participantes serão acompanhados de perto por uma equipe multidisciplinar. Tudo de forma gratuita, com acompanhamento médico e segurança garantida.

Apesar da relevância científica, o projeto enfrenta dificuldades financeiras. “Sem apoio, a gente depende da solidariedade. Já chegamos a vender pizzas para manter a pesquisa em andamento”, desabafa Palhares.

Como participar
Famílias interessadas devem enviar um e-mail para:
[email protected]

No corpo do e-mail, é preciso informar:

  • Nome completo da criança ou adolescente

  • Data de nascimento

  • Peso

  • Telefone para contato

  • Se está ou não em uso de medicação para TEA

A UFMS reforça que o ensaio clínico segue rigor científico, com segurança, responsabilidade e sem nenhum custo para as famílias.

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