O vereador Rafael Tavares (PL) apresentou um requerimento à Câmara Municipal de Campo Grande solicitando a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a gestão da Santa Casa da Capital. A proposta surge após o hospital ter se recusado a responder a um pedido formal de informações encaminhado pelo Legislativo em 27 de março.
Segundo o parlamentar, a instalação da CPI é necessária para garantir que a instituição preste os esclarecimentos exigidos. “Com a CPI, eles serão convocados e terão de responder a todos os questionamentos”, afirmou Tavares em vídeo publicado nas redes sociais.
Em entrevista exclusiva ao Portal O Sul-mato-grossense, Rafael Tavares detalhou os motivos do pedido:
“Apresentamos, em março, um requerimento no qual a Santa Casa tinha 15 dias para responder. Eles não responderam, pediram prorrogação do prazo, e o presidente Papy (PSDB), de forma cordial, concedeu. Mesmo assim, a resposta não veio. Hoje, enfrentamos um problema de falta de respeito com os vereadores. Nós fomos eleitos para dar respostas à população. E vejo que o único caminho para obtê-las será por meio de uma CPI.
Precisamos entender para onde está indo esse orçamento de meio bilhão de reais em 2024. Quero saber quais são as empresas contratadas pela Santa Casa e que fornecem insumos. Quero ter acesso à folha de pagamento de médicos, enfermeiros e administrativos, para entendermos se o problema é de gestão, de falta de recursos ou ambos. Precisamos compreender o que está causando esse colapso financeiro e essa desassistência à população de Campo Grande.”
A Santa Casa enfrenta uma crise administrativa e financeira, com fechamento de setores e denúncias de falta de transparência. O vereador defende que a investigação deve identificar possíveis irregularidades, apontar os responsáveis e contribuir para buscar soluções para o atendimento à população.
Tavares já iniciou a coleta das assinaturas necessárias — são exigidas ao menos dez — para que o pedido possa ser protocolado na presidência da Câmara. Após isso, o requerimento será encaminhado à Procuradoria Jurídica da Casa, que analisará sua legalidade antes do prosseguimento.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Santa Casa, mas não obteve resposta oficial até o fechamento deste texto.