Durante fiscalização realizada na madrugada da última quarta-feira (4), nas garagens da Viação Campo Grande e Cidade Morena, integrantes da CPI do Transporte Público identificaram 40 ônibus parados por falta de manutenção e peças de reposição. A vistoria também revelou que a Prefeitura de Campo Grande não possui acesso direto aos dados de bilhetagem dos ônibus, ficando dependente das informações fornecidas pelo Consórcio Guaicurus.
Segundo o vereador Maicon Nogueira (PP), membro da CPI, os funcionários relataram que apenas o Consórcio detém as informações detalhadas, como o número de gratuidades e de passageiros pagantes. A CPI solicitou formalmente esses dados, mas até o momento não foram entregues. A comissão pretende realizar uma inspeção específica para verificar como é feito o cálculo das gratuidades diárias por ônibus.
A CPI também investiga divergências nos dados sobre a idade da frota. A Agereg afirma que 197 ônibus estariam fora do prazo máximo de uso previsto em contrato, enquanto o Consórcio Guaicurus alega que esse número é de aproximadamente 100 veículos.
Além disso, há um impasse entre dois laudos técnicos que avaliam a situação financeira do Consórcio. Um deles aponta lucro acumulado de R$ 1,8 bilhão. O outro, contratado pelo próprio Consórcio, indica um déficit de R$ 377 milhões, valor que a empresa afirma ser uma dívida da Prefeitura com o sistema.
O presidente da CPI, vereador Dr. Lívio (União Brasil), afirmou que a comissão já evidenciou falhas estruturais no modelo de regulação e destacou que o trabalho técnico da CPI tem credibilidade. A próxima fase da investigação será voltada para ouvir os dirigentes e funcionários do Consórcio Guaicurus.