A terceira fase da CPI do Transporte Público, que começa nesta semana na Câmara Municipal de Campo Grande, deverá esclarecer como o Consórcio Guaicurus contribuiu para a situação atual do transporte coletivo na cidade. A avaliação é da relatora da comissão, vereadora Ana Portela, que falou com exclusividade ao Portal O Sul-mato-grossense.

“Essa fase vai ser muito importante para que possamos entender o outro lado de tudo que ouvimos até agora”, afirmou. Segundo ela, as oitivas realizadas nas fases anteriores apontaram negligência por parte das agências fiscalizadoras.
“Constatamos uma falta de fiscalização por parte da Agetran e da Agereg. Elas deveriam cobrar o cumprimento do contrato e atestar a qualidade do serviço, mas não é isso que vemos acontecer”, completou.

Portela também comentou dados apresentados por um dos depoentes da Agereg, que afirmou que apenas 2% da frota de ônibus apresenta problemas.
“Mesmo que esse dado esteja certo – o que ainda não foi comprovado – esse 2% tem impactado a maioria das pessoas que usam os ônibus aqui em Campo Grande. Nós não podemos aceitar isso, ainda mais com uma tarifa tão alta”, destacou.

A relatora reforçou que a CPI busca esclarecer os fatos com base em dados e depoimentos.
“Essa nova fase vai nos mostrar a verdade a respeito das responsabilidades do consórcio. É isso que esperamos com as oitivas: dar as respostas que a população merece e embasar nosso relatório, que será feito de forma independente”, disse.

Segundo ela, o trabalho da CPI tem base na cobrança popular.
“A CPI foi aberta por causa da denúncia da população. Vamos apontar os responsáveis e também propor melhorias para toda a mobilidade urbana da cidade”, concluiu.

As oitivas com dirigentes e ex-funcionários do Consórcio Guaicurus estão marcadas entre os dias 9 e 18 de junho, com nomes como o diretor-presidente Themis de Oliveira e o sócio-proprietário Paulo Constantino.